O 1% mais rico do mundo causou 17 vezes mais secas na Amazônia e 26 vezes mais ondas de calor raras do que a média global de pessoas. Já os 10% mais ricos são responsáveis por dois terços do aumento de temperatura na Terra, entre 1990 e 2020
Essas são algumas das conclusões de uma pesquisa recente, cujos resultados mostram que, para cuidar do planeta, não basta só pensar no meio ambiente, mas também em diminuir a diferença entre ricos e pobres. Afinal, os que menos contribuem para o aquecimento global, como Amazônia, Sudeste Asiático e sul da África, são os que mais sofrem com as consequências das mudanças climáticas.
Isso ocorre porque, segundo o estudo, o que os ricos consomem e onde eles colocam seu dinheiro aumentam muito o risco de ondas de calor mortais e de secas.
“Se todos emitissem como os 50% mais pobres, o aquecimento global teria sido mínimo desde 1990”, afirma Carl-Friedrich Schleussner, coautor do estudo. .
Os pesquisadores defendem que regular os fluxos de capital das grandes fortunas pode ser mais eficaz do que medidas genéricas. “Não é teoria, são impactos reais hoje”, reforça Schleussner.
“Ignorar o peso dos super-ricos na crise climática é desperdiçar a chance de evitar catástrofes piores”, completa.
Como solução, os cientistas sugerem cobrar mais impostos de quem tem mais dinheiro e também criar regras para os investimentos, para que eles não prejudiquem tanto o meio ambiente. Se essas ideias forem colocadas em prática, duas coisas boas podem acontecer: diminuir a poluição e conseguir dinheiro para ajudar os países mais pobres a se prepararem para os problemas climáticos.