A re.green, empresa dedicada à venda de créditos de carbono, ampliou acordo com a Microsoft e com isso vai expandir seu projeto de reflorestamento no Brasil, incluindo o leste do Pará, uma das áreas mais afetadas pelo desmatamento. Com a expansão anunciada nesta quarta-feira (22), durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, a re.green planeja restaurar 33 mil hectares de floresta em 25 anos, mais que o dobro da meta inicial de 15 mil hectares prevista no primeiro em maio de 2023. O projeto também abrange áreas da Mata Atlântica.
No Pará, onde a devastação ambiental é alarmante, a re.green busca não apenas recuperar áreas degradadas, mas também promover o desenvolvimento sustentável.
“A gente vai expandir a presença nas áreas onde já estamos e a gente inseriu uma área nova, que é o Vale do Paraíba, na área emblemática que produziu alguns dos primeiros milionários do Brasil, nos anos 1800, e que hoje é uma área extremamente degradada”, afirmou Thiago Picolo, CEO da re.green, em entrevista à Folha de S. Paulo.
Além do leste do Pará, a empresa atua no oeste do Maranhão, no norte de Mato Grosso, na região do Xingu e na Bahia, onde promove a restauração de áreas da Mata Atlântica. O Vale do Paraíba, em São Paulo, também foi incluído na nova fase do projeto.
Picolo destacou que o acordo com a Microsoft elevou a reputação da re.green e ajudou a atrair mais clientes no mercado internacional de carbono, que ainda opera de forma voluntária. Grandes multinacionais têm procurado compensar suas emissões por meio de iniciativas de restauração florestal no Brasil.
Segundo CEO da re.green , “o mercado de carbono voluntário, que é onde a gente atua, ressurgiu durante a época do [primeiro mandato de] Trump [de 2017 a 2021]. Se o governo não está se estruturando, as empresas começaram a tomar um protagonismo. Então ele subiu como um foguete durante a época do Trump. Não sei o que vai acontecer agora, sinceramente. Eu sei que a realidade não muda, né?”.
Apesar do foco em atrair investidores estrangeiros, o objetivo da re.green é consolidar o Brasil como líder mundiais no mercado de carbono, exportando ativos ambientais e promovendo práticas sustentáveis em regiões em alerta como no Pará.