A floresta em pé é uma realidade no sítio de Cimara dos Santos, produtora da agricultura familiar da ilha de Cotijuba. Há um ano trabalhando com a priprioca, desde criança ela planta coco e açaí. E sabe muito bem o valor da produção sustentável para o meio ambiente.
Ela foi uma das participantes da primeira ação de imersão em campo da Escola de Saberes, componente estruturante do Plano de Bioeconomia (PlanBio) do governo do Estado, coordenado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas).
“Essas iniciativas, essas parcerias, são muito boas para manter a floresta em pé e não deixar devastar tudo. Antigamente, os indígenas viviam muito bem e não derrubavam nada. Com a tecnologia que a gente tem, não devia derrubar nada, pra gente viver bem. Com tudo que a floresta pode nos dar e mais o que a gente pode plantar”, ensina a produtora.
A atividade de incentivo e apoio à bioeconomia local foi realizada na sexta-feira, 4, em Cotijuba, em uma parceria da Secretaria com o Cesupa (Centro Universitário do Estado do Pará) e com a MMIB (Movimento de Mulheres das Ilhas de Belém).
A ação contou com 16 alunos e do professor Danilo Caetano da disciplina “Saber local com ciência socioambiental”, do Cesupa. A atividade também teve a participação da produtora cultural Márcia Conceição e de Mairna Dias, diretora de Projetos para a Sustentabilidade da Fecaf (Federação das Cooperativas da Agricultura Familiar).
“É muito importante a troca de conhecimento e de fomento da própria comunidade. E para nós é fundamental o poder público ter conhecimento das nossas ações. É muito interessante para a gente ter esse acompanhamento e esse olhar da Secretaria sobre o que a gente está fazendo”, diz Adriana Lima, uma das fundadoras da MMIB.
Para a diretora da Fecaf, Mairna Dias., “a floresta em pé é condição inegociável para a agricultura familiar”, declara Segundo ela, a produção sustentável é uma diretriz do setor.
“A agricultura familiar é aquela que põe a comida realmente na nossa mesa. E a questão de poder articular essas economias, hoje a gente vê em larga escala. Por exemplo, na Federação, nós trabalhamos com vários ativos florestais, como sementes, frutas. Então, os nossos cooperados já percebem a importância, por exemplo, de não tocar fogo nas roças para poder abrir novos espaços para a plantação. É importante que a gente tenha acesso a esses agentes do estado e também dos saberes das construções pessoais, porque na agricultura familiar a gente percebe que a força da família, a opinião de cada um, diz muito com o que eles vão plantar naquele ano, a forma como eles vão fazer o manejo”, completa a diretora.
Ágila Rodrigues, servidora da Gebio (Gestão de Bioeconomia) da Diretoria de Planejamento Estratégico e Projetos Corporativos (DPC), da Semas, afirma que o processo de escuta das comunidades é ponto central do desenvolvimento da bioeconomia no Estado.
As próximas ações da Escola de Saberes estão previstas para os municípios de Bujaru e Santo Antônio do Tauá.
Fonte: Agência Pará