O município de Santarém, no oeste paraense, vive uma nova crise ambiental. Quando o nível do rio Tapajós começou a subir, reduzindo os impactos da forte seca, as populações da região passaram a conviver com o aumento das nuvens de fumaça oriundas das queimadas. Em razão do estado crítico da qualidade do ar, a prefeitura da cidade publicou nesta segunda-feira, 25, um decreto declarando situação de emergência com proibição do uso do fogo por 180 dias.
Na cidade conhecida mundialmente pelas belezas das praias de Alter do Chão, o pôr-do-sol ficou com um aspecto mais avermelhado devido à interferência da fumaça. No final de semana, a celebração o Círio de Nossa Senhora da Conceição pelos santarenos estampou um cenário predominantemente cinza, como revelam as fotos da festividade.

“Este decreto é uma medida urgente e necessária para conter os danos das queimadas, que não só afetam nosso meio ambiente, mas também colocam em risco a vida das pessoas. Santarém precisa da colaboração de todos para superar esse momento crítico,” disse o prefeito Nélio Aguiar em entrevista coletiva.
O documento diz que o uso do fogo é proibido para qualquer finalidade, incluindo a limpeza e o manejo de propriedades rurais. As únicas exceções previstas são as práticas de combate a incêndios supervisionadas por órgãos competentes, as atividades agrícolas de subsistência de comunidades tradicionais e indígenas, o controle fitossanitário com autorização ambiental e as pesquisas científicas autorizadas. Quem descumprir as regras estará sujeito a sanções penais, cíveis e administrativas.
Apoio para combate às chamas
Entre os dias 20 e 24 de novembro, foram registrados 34 queimadas no município, mas, além disso, a cidade também estaria sendo afetada pela fumaça dos focos de incêndio registrados em municípios vizinhos. De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), Santarém não figura entre os 20 municípios com os maiores focos de calor monitorados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).
Com o agravamento do problema, a prefeitura já havia enviado um ofício ao Governo Federal no domingo, 24, solicitando o envio das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança para atuar no combate às queimadas. Também foi pedido que os órgãos federais e estaduais realizem ações mais incisivas de fiscalização ambiental para coibir os incêndios criminosos.
Aliado a isso, Nélio Aguiar disse que os órgãos locais vão intensificar o monitoramento de casos de incêndio e orientar a população sobre medidas preventivas e de saúde para minimizar os impactos de doenças respiratórias causadas pela fumaça.