A cada quatro brasileiros, um já enfrentou ou conhece alguém que viveu um desastre ambiental. Enchentes, deslizamentos, queimadas, secas e até quedas de barragem fazem parte da realidade de mais de 42 milhões de pessoas acima de 16 anos no País. Apesar disso, sete em cada dez brasileiros afirmam não estar preparados para situações de emergência.
Os dados são da pesquisa “Pulso Solidário – Os brasileiros e os voluntariado”, divulgada pelo Movimento União BR em parceria com a Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados.
Por outro lado, o estudo escancara a dimensão da solidariedade dos brasileiros: 82% da população já ajudaram vítimas de tragédias, seja por meio de doações, campanhas ou trabalho voluntário. Desse total, 21% participaram ativamente como voluntários.
A urgência das tragédias (43%) é o principal motivo que leva as pessoas a ajudar, seguida pela confiança na instituição arrecadadora (28%) e indicações de amigos ou familiares (27%).
Para Tatiana Monteiro, presidente do Movimento União BR, o estudo ajuda a entender como a população reage diante de tragédias.
“O brasileiro tem essa disposição para ajudar e a pesquisa detalha quais fatores motivam esse tipo de ação”, afirmou.
As ações locais têm mais apelo entre os brasileiros. Cerca de 50% preferem doar para causas em suas cidades ou regiões, enquanto apenas 28% priorizam iniciativas de caráter nacional. Isso demonstra a força das redes de apoio comunitário, mas também levanta a necessidade de articular melhor as respostas em escala nacional.
Falta de preparo preocupa
Mesmo com tanta solidariedade, a preparação para enfrentar desastres ainda é muito baixa. Mais de 70% da população nunca tomou qualquer medida preventiva, como reforçar a casa, montar kit de emergência ou estocar alimentos. Metade da população também afirma não saber onde buscar informações sobre o que fazer em caso de uma tragédia.
Entre os que já foram afetados por desastres, esse número é um pouco melhor: cerca de 40% adotaram alguma medida de prevenção após a experiência.
Quando perguntados sobre o desempenho dos governos na prevenção de tragédias, 42% dos entrevistados avaliaram como negativo (26% disseram que as ações são pouco efetivas e 16% que não são efetivas).
A pesquisa também destaca caminhos práticos para se preparar para emergências climáticas, como acionar a Defesa Civil (199), Corpo de Bombeiros (193), ou acompanhe canais oficiais das prefeituras. O site do Cemaden (www.cemaden.gov.br) também traz alertas e dados.