Com 48 municípios em situação de emergência devido a chuvas intensas, vendavais, estiagem e outros desastres naturais, o Pará já soma mais de R$ 1,9 bilhão em prejuízos nos quatro primeiros meses deste ano, de acordo com dados do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID). Em análise da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o estado aparece como o sexto com mais danos em 2025. No Brasil todo, os prejuízos já passam de R$ 28,5 bilhões.
A entidade ressalta que a ocorrência de ondas de calor, seca, inundações, deslizamentos e outros eventos causam danos significativos à infraestrutura urbana, propriedades rurais, meio ambiente e à saúde e segurança da população. E é isso que os números do S2ID mostram.
A maior parte dos prejuízos se refere a danos materiais a residências que ultrapassam R$ 1.4 bilhão, mas as cidades atingidas contabilizam também outros problemas que prejudicam a população em geral. Somente neste ano, o prejuízo público chega a R$ 418.593.232,63.
A maior parte desse valor – o equivalente a R$ 361.785.803,37 – vem das instituições de assistência médica e saúde pública afetadas, mas a conta registra ainda danos a sistemas de abastecimento de água, esgoto, limpeza urbana, geração e distribuição de energia, telecomunicações, transportes, ensino e outras áreas.
Outra parcela significativa dos impactos ocorre no setor privado, prejudicando o desenvolvimento de atividades na agricultura, pecuária, indústria, comércio e serviços. Os números indicam que os prejuízos privados são superiores a R$ 53,9 milhões, sendo que a maior parte deles está relacionada às perdas da agricultura que chegam a R$ 28 milhões.
Em entrevista a O Liberal, o assessor jurídico da Federação das Associações de Municípios do Estado do Pará (Famep), Gianluca Alves, avaliou que os dados refletem a intensidade dos eventos extremos recentes no estado. Para piorar a situação, a maior parte dos municípios paraenses não possui planos de gestão de riscos nem de equipes capacitadas para atuar na prevenção ou na resposta a desastres.
“O que estamos vendo é o resultado direto das mudanças climáticas associadas à precariedade das nossas cidades em lidar com eventos extremos”, disse.
Atualmente, 38 municípios do Pará estão em situação de emergência reconhecida pelo governo federal devido a tempestades, chuvas intensas e inundações que ocorrem durante o inverno amazônico. Os outros dez casos envolvem decretos relacionados à estiagem, erosão costeira e doenças infecciosas e virais.
Confira a lista dos municípios em situação de emergência:
- Anapu
- Aveiro
- Bagre
- Baião
- Bannach
- Belterra
- Bom Jesus do Tocantins
- Bonito
- Breu Branco
- Bujaru
- Cachoeira do Piriá
- Capanema
- Chaves
- Curralinho
- Dom Eliseu
- Eldorado dos Carajás
- Goianésia do Pará
- Itupiranga
- Jacareacanga
- Limoeiro do Ajuru
- Marapanim
- Mocajuba
- Mojuí dos Campos
- Monte Alegre
- Muaná
- Nova Esperança do Piriá
- Novo Progresso
- Novo Repartimento
- Óbidos
- Oeiras do Pará
- Oriximiná
- Pacajá
- Parauapebas
- Pau D’Arco
- Placas
- Ponta de Pedras
- Rio Maria
- Rurópolis
- Sapucaia
- Soure
- São Félix do Xingu
- São João do Araguaia
- São Miguel do Guamá
- Trairão
- Tucuruí
- Ulianópolis
- Uruará
- Xinguara