O Fórum Econômico Mundial, realizado esta semana em Davos, na Suíça, foi palco do lançamento de uma iniciativa importante para a preservação da maior floresta tropical do mundo. A Silvania, um veículo de investimento com ativos de US$ 500 milhões em natureza e biodiversidade, anunciou uma parceria com a Conservação Internacional (CI) e a The Nature Conservancy (TNC) para mobilizar um valor inicial de US$ 1,5 bilhão (equivalente a R$ 9,02 bilhões) para apoiar a conservação da Amazônia.
A campanha batizada “Corrida para Belém”, em referência à sede da COP30, que ocorrerá em novembro deste ano, foi proposta por Keith Tuffley, um investidor do mercado de carbono apoiado pela casa de comércio suíça Mercuria que pretende estabelecer acordos com governos locais, agricultores e comunidades afetadas visando aumentar a integridade e o impacto dos projetos.
“O consenso é que o envolvimento do setor privado é agora mais importante do que nunca. A urgência de enfrentar os desafios climáticos só aumentou, e a Corrida para Belém destaca isso ao buscar investimentos privados transformadores”, disse Tuffley no Fórum Econômico Mundial.
Os planos preveem a doação de US$ 1 em capital inicial aos estados para cada tonelada de créditos comprados. Porém, a expectativa é que o impacto financeiro e a conversão desses recursos na proteção da floresta seja ainda maior, já que o preço por tonelada de carbono será negociado e pode resultar em centenas de milhões de toneladas. As projeções indicam que o projeto será implementado em fases ao longo de três a cinco anos.
Os créditos emitidos serão classificados como créditos de Redução Jurisdicional de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (JREDD+). Para M. Sanjayan, diretor executivo da CI, esses créditos criam oportunidades para reverter os fatores econômicos que impulsionam o desmatamento.
“Este será um ano sísmico para o futuro da Amazônia. Temos a chance de olhar para trás e ver a trajetória da proteção da Amazônia em duas épocas distintas: pré e pós-COP30”, destaca o executivo.