Transformar caroços de açaí em placas de isolamento térmico sustentável é o objetivo de um projeto inovador desenvolvido por alunos da Escola Estadual Salesiana do Trabalho, em Belém, com apoio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), por meio da campanha “Guardiões da Natureza”. as informações são de O Liberal.
A proposta oferece uma solução ecológica para reduzir o calor dentro das casas, com potencial para diminuir o uso de madeira e reduzir o impacto ambiental.
As placas para serem utilizadas nas construções são produzidas a partir do caroço de açaí triturado e misturado com um bioplástico feito com amido de milho. A massa é moldada e seca, dando origem ao material que pode ser aplicado em forros, paredes ou entre o telhado.
De acordo com o professor Maurício Barata, orientador da iniciativa, essas placas são capazes de reduzir em até 3 °C a temperatura dos ambientes.
“O açaí é motivo de orgulho e identidade regional para todos os paraenses, mas apenas cerca de 8% do fruto é aproveitado”, explica o professor.
Barata ainda ressalta que: “A utilização integral do caroço em uma construção sustentável, sem desmatamento, enobrece e reforça essa identidade, pois conecta nossa cultura com a educação ambiental.”
Solução sustentável com identidade local
Embora ainda esteja em fase de testes, os primeiros resultados apontam para o potencial de aplicação em larga escala. A equipe agora trabalha para evitar a ação de artrópodes (insetos, aranhas e outros pequenos animais) e microrganismos sobre o material. Também estão sendo realizados testes com novos aglutinantes (colas naturais), incluindo um que pode ser feito com partes do próprio caroço de açaí, em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA).
A equipe do projeto é formada por cinco alunos, um orientador e um coorientador e a proposta foi selecionada entre mais de 300 iniciativas para representar Belém na COP Jovem.
O projeto também faz parte da campanha “Guardiões da Natureza”, uma iniciativa da Seduc em parceria com a Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa (Ribac), que valoriza ações ambientais desenvolvidas nas escolas paraenses.
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