Com uma grande biodiversidade ainda preservada, o Pará tem potencial para se destacar no segmento da bioeconomia, promovendo atividades econômicas sustentáveis, com baixa emissão de carbono e que ajudam o planeta no combate às mudanças climáticas. A realização da COP30 em Belém ajuda a fortalecer ainda mais esse cenário, criando um ambiente favorável para negócios inovadores.
Um relatório do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD, na sigla em inglês) aponta que a bioeconomia pode gerar US$ 7,7 trilhões em negócios até 2030. Já o estudo Bioeconomia da Sociobiodiversidade indica que o Brasil tem a capacidade de incrementar as cadeias produtivas da floresta em R$ 170 bilhões, até 2040.
Diante dessas oportunidades, o Pará saiu na frente e foi o primeiro estado a elaborar um Plano de Bioeconomia (PlanBio), que traça uma estratégia de valorização do patrimônio genético e fortalecimento das cadeias produtivas, com ciência e inovação.
“É um plano de Estado, não é um plano de governo, para garantir a continuidade, em que se estabelecem novas bases de uso da terra e uso da floresta”, explicou à Agência Brasil a secretária adjunta de Bioeconomia do estado do Pará, Camille Bemerguy.
Para garantir o apoio e a infraestrutura necessária para esse novo momento da economia, o estado contará com dois novos espaços voltados para o setor. Os recursos oriundos da COP30 garantiram os investimentos para a construção do Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, que está em construção no Porto Futuro 2.
No total, são R$ 300 milhões aplicados na restauração e adaptação de armazéns que abrigarão o Observatório da Bioeconomia, do Centro de Cultura Alimentar, do Centro de Sociobioeconomia e um Centro de Turismo de Base Local. O local, que já está com 75% das obras concluídas, deve contar com startups, negócios comunitários, indústrias e instituições de pesquisa, laboratórios de desenvolvimento de produtos, serviços de mentoria, capacitação, incubação e aceleração, entre outros.
Outra novidade será o Centro de Inovação e Bioeconomia de Belém (CIBB), que também conta com recursos atraídos em razão da COP30. São R$ 20 milhões investidos com o apoio da Itaipu Binacional para a revitalização de um casarão tombado no centro histórico que vai abrigar 20 novas iniciativas em desenvolvimento.
De acordo com o governo estadual, esse tipo de medida é importante porque ajuda a estruturar um setor que antes tinha poucas iniciativas inovadoras e pouco fomento para se manter no mercado. A expectativa é tirar empreendedores da informalidade e fazer com que a bioeconomia represente 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Pará, até 2030.
“Você tinha cerca de 70 startups, e a maioria morria no meio do caminho, porque não tinha condições de avançar, sobrava uma no final, como um produto viável e de acesso ao mercado. Hoje, a gente já tem cerca de 300. Com o Parque de Bioeconomia e Inovação do estado, a gente quer ainda atrair mais 200 startups”, ressalta Camille Bemerguy.
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