Movimentos sociais e povos tradicionais estão cobrando um papel de maior destaque e participação efetiva na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). Ao anunciarem que a Universidade Federal do Pará (UFPA) será o palco central das discussões da Cúpula dos Povos, na mesma época que a conferência em Belém, eles argumentam que as decisões tomadas nas COPs anteriores não têm conseguido frear a crise climática. E mais: eles afirmam que as vozes e soluções vindas dos territórios mais afetados, como a Amazônia, não estão sendo devidamente ouvidas nem incorporadas nas negociações oficiais.
Representantes de dezenas de organizações e comunidades, incluindo indígenas e quilombolas de diversos países, reuniram-se recentemente em Belém para reforçar essa demanda. Eles exigem que os Povos da Amazônia e outras comunidades tradicionais sejam reconhecidos como os verdadeiros protagonistas na busca por soluções climáticas.
Isso implica em garantir não apenas espaço físico e credenciais para participar da COP30, mas principalmente em estabelecer canais de diálogo e escuta ativa para que seus conhecimentos e propostas de políticas públicas sejam considerados.
A crítica central é que, sem a participação ativa e o protagonismo daqueles que vivem a realidade da crise climática e detêm conhecimentos ancestrais sobre a conservação, as negociações climáticas continuarão falhando em apresentar respostas eficazes.
A Cúpula dos Povos busca ser um espaço para construir e apresentar essas alternativas populares e pressionar por mudanças reais no processo decisório internacional.