Por Tereza Coelho
Probióticos são conhecidos por fortalecer o corpo, melhorar a saúde intestinal e até mesmo o sistema imunológico. Em Santarém, uma startup inovou ao unir essa tecnologia com o sabor de frutas amazônicas.
Criada na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), a startup dedicou mais de sete anos a pesquisas sobre ervas e frutas da Amazônia, como o cupuaçu e o taperebá. O resultado foi uma linha de bebidas que, comprovadamente, auxiliam a saúde intestinal.
O projeto vai além da inovação tecnológica. A startup se uniu a produtores locais de Alenquer, Santarém e Belterra, garantindo a eles uma fonte de renda sustentável. Dessa forma, a iniciativa beneficia não só estudantes e cientistas, mas também as famílias dos produtores.
Cleyson Miguel, criador da Nativus – Bebidas Probióticas da Amazônia, relembra que tudo começou na sala de aula, com as contribuições de professores e colegas de classe.
“A Nativus surgiu de um projeto de pesquisa na universidade. Pesquisamos probióticos há mais de sete anos e com a experiência mais consolidada, demos esse passo para a criação de um produto”, recorda.
No entanto, entre a ideia e a execução, muitos empreendedores esbarram na falta de recursos, o que leva a reduzir ou interromper os planos. Porém, no caso da Nativus, a transição da sala de aula para o mercado foi possível graças à participação em programas de incubação, que deram o fôlego necessário para o projeto decolar.
Por dentro do rótulo
A Nativus escolheu o cupuaçu e o taperebá para seus primeiros produtos: bebidas geladas que ajudam no trânsito intestinal e oferecem benefícios importantes para a saúde. Veja:
- Cupuaçu – possui alto teor de antioxidantes, rico em vitaminas A, B e C, além de minerais como magnésio, potássio, ferro, zinco. Além disso, contém feniletilamina, que pode melhorar o humor e a sensação de bem-estar.
- Taperebá – também conhecido como cajá em algumas regiões do Brasil, possui vitaminas C, B1 e B2. Além de minerais como ferro e cálcio. Um dos destaques sobre a fruta é o fortalecimento ao sistema imunológico e a ação hepatoprotetora, que ajuda a reduzir danos no fígado graças aos agentes antioxidantes.
Melhorias para a comunidade
O projeto se estende para além da inovação, gerando um impacto social positivo. As polpas das frutas são compradas diretamente de comunidades familiares em Alenquer, Santarém e Belterra, garantindo a essas famílias uma fonte de renda sustentável.
Cleyson comenta que a qualidade da polpa é fundamental para o produto. Por isso, a empresa busca oferecer treinamentos em tecnologia de alimentos e práticas de cultivo modernizadas para os produtores.
“Compramos grandes quantidades de polpas de frutas diretamente com as comunidades e estamos em busca de treinamentos em tecnologia de alimentos e práticas modernizadas de cultivo para eles. O retorno não precisa ser apenas financeiro, já que mais conhecimento vai resultar em insumos de qualidade ainda maior, assim como em outras oportunidades de atuação profissional para quem vive lá (nas comunidades que comercializam as polpas)”, diz.
A Nativus está na fase final para obter as certificações e entrar no mercado, mas o grupo já está presente em diversos eventos dentro e fora do Pará, mostrando o produto ao paladar de futuros consumidores e investidores.
“Estamos levando a iniciativa para o máximo de eventos, mostrando que a produção sustentável, com comprovação científica e feita na Amazônia, já é uma realidade”, celebra.
