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Home»MEIO AMBIENTE»Avanço do açaí de plantio ameaça a biodiversidade da floresta de várzea
MEIO AMBIENTE 17 de novembro de 2021

Avanço do açaí de plantio ameaça a biodiversidade da floresta de várzea

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Foto: Ronaldo Rosa/Embrapa
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O que o paraense vê com os próprios olhos, a ciência não para de comprovar. O aumento da quantidade de palmeiras de açaí (Euterpe oleracea), por meio do manejo florestal, tem causado a diminuição do número de espécies vegetais nas várzeas, áreas alagáveis das margens dos rios, de acordo com um estudo publicado em julho de 2021 no periódico científico Biological Conservation. As descobertas foram publicadas na edição de novembro da Revista Pesquisa Fapesp.

Ao analisar 47 áreas distintas de floresta no estuário do rio Amazonas, no Pará, pesquisadores do Brasil e do exterior observaram uma relação direta entre a densidade de palmeiras e o empobrecimento florestal.

De acordo com o biólogo Madson Freitas, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), principal autor do estudo, há uma perda de 60% das espécies lenhosas em áreas cuja concentração de palmeiras de açaí está no patamar de 200 touceiras por hectare.

“A floresta tem uma média natural de mais ou menos 100 touceiras de palmeiras de açaí por hectare. Em regiões manejadas, o número dobra. O manejo só é considerado intenso quando ultrapassa as 400 touceiras por hectare. Mas já encontrei regiões com 1.200 touceiras”, descreve Freitas.

Touceira é o conjunto de ramos de uma mesma planta que ficam muito próximos entre si.

Além dos riscos à biodiversidade, o manejo intensivo da palmeira também pode resultar em outros prejuízos.

“A intensificação do manejo causa um empobrecimento da vida e do funcionamento da floresta de várzea”, afirma a agrônoma Ima Vieira, do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), uma das coautoras do estudo.

“Avaliar e medir as perdas funcionais é a grande contribuição do artigo”, diz. O estudo revela que as funções e os serviços que as espécies desempenham na floresta caíram pela metade em regiões com 600 touceiras de açaí por hectare.

Prejuízos

Entre os impactos decorrentes do empobrecimento da floresta, destacam-se a diminuição da fertilidade do solo, o afastamento de polinizadores e a menor diversidade de espécies no sub-bosque florestal, o extrato inferior da floresta, abaixo do dossel (a parte mais alta) das árvores em que cresce a vegetação de baixa estatura. Essa última alteração afeta a dinâmica da floresta e sua capacidade de recuperação e de resiliência diante de intempéries e das mudanças climáticas.

Freitas atribui esse cenário a um ciclo vicioso no manejo do açaí: primeiro, há o raleamento do sub-bosque, com a eliminação de plantas que disputam espaço com o açaí e dificultam a sua proliferação.

Em seguida, vem o desbaste do dossel, que pode derrubar árvores gigantes, como a samaúma e a munguba, para não fazer sombra ao açaizeiro. As espécies que têm potencial madeireiro e, portanto, comercial, como a ucuuba, também vão abaixo.

Em conjunto, essas medidas empobrecem também o solo porque há menos raízes profundas para realizar o ciclo de nutrientes e menos folhas caindo para fornecer matéria orgânica.

“Além disso, quando a floresta do entorno do açaí é arrancada, também é destruída a ‘casa’ de diversos polinizadores, agentes diretamente ligados à produtividade e à qualidade dos frutos”, comenta o biólogo.

Desmatamento verde

O processo de eliminar algumas espécies vegetais para o favorecimento da palmeira do açaí é chamado de desmatamento verde. Não é simples identificar o fenômeno. Somente o trabalho de observação em campo pode revelar o impacto de uma espécie excessivamente abundante sobre a biodiversidade que a rodeia.

Algumas espécies que os produtores deixam permanecer ao lado das palmeiras de açaí passam uma falsa ideia de uma densa cobertura vegetal, segundo os pesquisadores. Bastam algumas grandes árvores, com copa ampla, para que a imagem de satélite faça parecer que a cobertura vegetal é de 100% numa pequena área.

“Só quando essa área é examinada in loco é possível identificar que o sub-bosque encoberto por essas poucas árvores é tomado por açaí”, afirma a bióloga Maria Fabíola Barros, que não assina o artigo na Biological Conservation, mas estuda o açaí em em seu estágio de pós-doutorado no MPEG.

Para acabar com o descompasso entre o que se vê por cima e o que se observa por dentro da floresta, investir em imagens de satélite mais refinadas poderia ser uma solução.

O artigo questiona a visão dominante de que a extração de produtos florestais não madeireiros (PFNMs), defendida como estratégia para aliar a preservação ambiental e a redução da pobreza de comunidades que dependem da floresta, é um sistema que traz benefícios para todos.

“O açaí é sempre visto como exemplo de sustentabilidade. Teoricamente, seu manejo não derrubaria árvores e seria uma fonte de renda e de melhoria da qualidade de vida de muitos produtores ribeirinhos”, comenta Vieira.

“Mas, a partir dos anos 1990, houve um boom comercial do açaí, que impulsionou um manejo cada vez mais intensivo. Isso empobrece a floresta.”

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a safra  brasileira de açaí em 2020, mais de 90% dela proveniente do Pará, foi de 1,5 milhão de toneladas e movimentou R$ 4,7 bilhões, o equivalente a 1% do valor de toda a produção agrícola nacional do ano passado.

Para outro coautor do estudo, o agrônomo Marcelo Tabarelli, do Departamento de Botânica da UFPE, a situação do açaí ilustra o dilema de explorar a floresta sem sufocá-la:

“O açaí virou uma commodity, com demanda crescente dentro e fora do Brasil, uma estrela da bioeconomia. Mas, como toda atividade de base extrativista, se seu manejo não for bem-feito, o que é uma oportunidade vira uma ameaça à integridade do ecossistema”.

Tabarelli defende a ideia de que produtores e gestores devem adotar políticas mais rígidas de regulamentação, capacitação e informação para que os modelos de exploração do açaí sejam compatíveis com a manutenção da floresta.

“Em breve, o açaí deverá entrar em uma nova fase de produção, em que variedades adaptadas à terra firme vão expandir seus limites de plantio para zonas situadas fora das regiões de várzea. Se isso de fato ocorrer, essas novas áreas poderão, por um lado, concorrer com a floresta de terra firme. Mas, por outro, poderão ser uma melhor alternativa em relação a outras formas de uso da terra que hoje competem com a floresta, como as pastagens e a monocultura de soja.”

Fonte: Revista Pesquisa Fapesp

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