A nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, que entrará em vigor em 6 de agosto, representa uma ameaça direta a setores vitais, especialmente ao açaí do Pará. Com a taxação, cerca de 300 mil trabalhadores paraenses podem ser impactados, aponta o Dieese.
O estado, maior produtor e exportador nacional, que responde por 90% da produção brasileira do fruto, vê seu principal mercado internacional escapar. O país consome aproximadamente 40% do açaí paraense.
Segundo estudo da Fapespa (Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas)., o Pará exporta mais de 61 mil toneladas de açaí, Os produtos derivados do açaí paraense saltaram de US$ 1,00, em 1999, para quase US$ 45 milhões, em 2023.
“Com a tarifa de 50%, o açaí paraense perderá drasticamente a competitividade no mercado americano. Isso significa que o produto ficará muito mais caro para os consumidores dos EUA, o que pode levar a uma queda acentuada na demanda”, disse Everson Costa, do Dieese, ao g1.
Com grande produção em municípios como Igarapé-Miri, Cametá e Abaetetuba, os maiores atingidos, segundo o Dieese, seriam os elos mais frágeis da cadeia: ribeirinhos, quilombolas e pequenos produtores, cuja principal fonte de renda é o açaí.
Essa situação ameaça aprofundar desigualdades sociais e comprometer a sustentabilidade econômica de comunidades tradicionais da Amazônia, que há décadas dependem da extração e comercialização do fruto.