Com a presença de 200 produtores e empreendedores do cacau e chocolate, e a expectativa de 140 mil visitantes, o 4º Festival Internacional do Chocolate e do Cacau foi oficialmente aberto nesta quinta-feira, 26, em Altamira. O evento, conhecido como “Chocolate Xingu”, celebra, até o próximo domingo, 29, a cacauicultura sustentável paraense e reforça a posição do estado como o maior produtor de cacau do Brasil.
O governador Helder Barbalho, que visitou os estandes e acompanhou de perto a produção local, destacou que a cacauicultura e seus produtores são motivo de grande orgulho para o Pará.
“O Brasil produz 287 mil toneladas de cacau. Desse total, 154 mil foram produzidas no Pará. Consolidação clara do Pará como maior produção do Brasil”, afirmou o governador.
Barbalho ressaltou que o estado conseguiu bater a meta e superar a Bahia em produtividade, atribuindo o sucesso à assistência técnica de órgãos como Emater, Sedap, Adepará e secretarias municipais.
“Se hoje o Pará é o que é, deve muito à região do Xingu, que foi o berço disso tudo”, enfatizou.
Somente na região da Transamazônica, é produzida a maior parte do cacau paraense, com Medicilândia despontando como o maior produtor estadual.
O governado mencionou a importância do cacau não só para a geração de renda, mas também como uma das principais estratégias para restaurar áreas degradadas, reforçando que é a “melhor amêndoa do Brasil”. Ele também citou outros destaques agrícolas do Pará, como abacaxi, dendê e açaí, além do segundo maior rebanho pecuário, evidenciando a relevância da integração pecuária, lavoura e floresta.
Sistemas agroflorestais
Giovanni Queiroz, secretário de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca e presidente do Conselho Gestor do Fundo de Apoio à Cacauicultura do Pará (Funcacau), destacou que o cacau da região é cultivado em Sistemas Agroflorestais (SAFs). Essa prática contribui para a preservação de áreas que antes estavam desmatadas, alinhando-se à diretriz do Programa Territórios Sustentáveis (PTS).
“Nós contamos com um Fundo voltado especificamente ao desenvolvimento dessa cultura no Pará. É por meio do Funcacau que levamos e estimulamos nossos produtores a participar de eventos nacionais e internacionais. Temos aqui, nessa região, produtores premiados, e cada vez a qualidade dessa amêndoa é reconhecida internacionalmente”, informou Queiroz.
O Funcacau injetou R$ 1,2 milhão na realização do Chocolate Xingu, Produtores como Robson Brogni, premiado em concursos de chocolate, exibem suas amêndoas de qualidade reconhecida nacional e internacionalmente, com grande expectativa de novos frutos do festival.
“O Estado não quer só produzir e exportar amêndoas, mas estimular a verticalização, o estímulo à fabricação em todo o seu ciclo até a comercialização do chocolate. Para isso, o Funcacau e o Banpará-Bio têm sido fundamentais para uma produção de cacau mais forte”, completou o governador.
O chefe do Executivo falou ainda que a expectativa em relação ao Chocolate Xingu é grande, já que o evento deve gerar uma movimentação financeira de R$ 10 milhões.