A Vale vendeu ouro para fora do Brasil sem pagar royalties por pelo menos dez anos, segundo investigações realizadas pelas CPI da Vale, da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), e pela CPI do Salobo, da Câmara dos Vereadores de Marabá, no sudeste paraense.
A empresa deixou de pagar R$ 446,7 milhões referentes à Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) pela exploração de ouro não contabilizada de duas minas de cobre, uma em Canaã dos Carajás e outra em Marabá, indica o UOL.
Os maiores prejudicados foram as duas cidades paraenses, já que o valor do tributo, conhecido como royalty da mineração, é dividido entre a União, o estado onde ocorre a exploração e os municípios onde estão situadas as minas, que ficam com a maior parte das receitas.
Só em relação à balança comercial brasileira, o não pagamento dos royalties resultou numa diferença de R$ 20 bilhões, apontam as CPIs.
Procurada pelo site, a Vale nega irregularidades.
No Pará, a Vale também foi acusada, recentemente pelo prefeito de São Félix do Xingu, João Cleber, de não cumprir seu papel social de gerar emprego e renda e não investir recursos para compensar os danos ambientais causados pela empresa no município. Ele inclusive disse que iria negar a liberação de alvará de funcionamento para uma nova operação da empresa na cidade, como anunciamos no Pará Terra Boa.