Acelerar a implementação do Acordo de Paris nos países e estimular ações que contribuam com o combate às mudanças climáticas é um dos objetivos ressaltados na nova carta que o presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, divulgou nesta sexta-feira, 23. O documento traz mensagens direcionadas aos delegados e negociadores das COPs, que se reúnem de 16 a 26 de junho em Bonn, na Alemanha, nos primeiros encontros de preparação para a cúpula do clima.
A carta reconhece os desafios enfrentados nas últimas conferências com falta de avanço em acordos importantes. Para mudar isso, Corrêa do Lago faz um apelo para que as Partes se mobilizem para reforçar o multilateralismo, busquem soluções que se conectem com o dia a dia das pessoas e mantenham o compromisso com o Acordo de Paris, que neste ano completa 10 anos.
“A gente, como presidência brasileira, está convocando o mundo inteiro para se juntar num mutirão a favor do combate à mudança do clima. Os primeiros que têm que participar disso são os negociadores, que é quem tem na mão o poder para aprovação de documentos”, destacou o embaixador em coletiva à imprensa.
Entre os pontos em destaque, o documento enfatiza que o Balanço Global (GST, na sigla em inglês) feito na COP28, em Dubai, não avançou na COP29, em Baku, e aponta as principais medidas que devem ser adotadas pelos países para conter o aquecimento do planeta em até 1,5ºC. Isso inclui a reversão do desmatamento e da degradação florestal até 2030, triplicar a capacidade global de energia renovável e promover a transição para a eliminação do uso de combustíveis fósseis.
“Ao levantar o tema de que nós vamos falar do GST, nós vamos falar da transição para o fim dos fósseis. Esse é assunto absolutamente chave do balanço geral e, portanto, vai ser tratado em Bonn”, disse o presidente da COP30, ressaltando o desejo de que a conferência de Belém seja uma COP de implementação dos acordos.
Além disso, a mensagem aborda a importância de que todos países planos nacionais de adaptação antes da COP30, a necessidade de engajar povos indígenas e comunidades locais nos processos de discussão e o papel fundamental dos negociadores para a produção de resultados que conectem a agenda climática com a realidade cotidiana das pessoas em todas as áreas.
“Respondendo à urgência climática, a COP30 pode ser esse ponto de inflexão – o momento em que superamos o status quo e avançamos com coragem rumo a um futuro definido por resultados, solidariedade e propósito comum. Juntos”, diz um trecho da carta da presidência.