Uma parceria entre Gilberto Gil e o maestro italiano Aldo Brizzi, a partir de uma ideia original de Paulo Coelho, será uma das atrações da COP30. Trata-se da ópera “I-Juca Pirama”, inspirada em um poema clássico de Gonçalves Dias, que será encenada, nos dias 10, 11 e 12 de novembro, no Theatro da Paz, em Belém, como uma das principais atrações culturais da conferência.
Em entrevista ao Grupo Liberal, Gilberto Gil explicou que a ópera tem uma “dimensão dramática muito importante” e aborda questões sobre comunidades indígenas, o que a torna especialmente relevante para o contexto ambiental da conferência.
Segundo Gil, a ideia surgiu de Paulo Coelho, que, em conversa com Aldo Brizzi, sugeriu adaptar o poema para a COP30, que acontece de 10 a 21 de novembro na capital paraense. O escritor e o maestro escreveram o libreto, e a parte musical ficou a cargo de Gil e Brizzi.
“A música está feita, a composição está feita. Agora estamos na fase de viabilizar o projeto de maneira geral, com todas as pessoas envolvidas, com os indígenas envolvidos, com os músicos. Estão sendo decididas as questões da encenação propriamente dita”, afirmou o artista.
Esta é a segunda ópera de Gilberto Gil com Aldo Brizzi. A primeira, “Amor Azul”, foi inspirada em um poema hindu. Gil explica que o objetivo de ambos os projetos é aproximar a ópera da música popular.
“I-Juca Pirama” narra a história de um guerreiro tupi capturado por uma tribo rival para um ritual de canibalismo. O poema, considerado um ícone do romantismo brasileiro, tem como objetivo valorizar o que há de nacional, exaltando a figura do indígena como herói.