Por Sidney Alves
A fertilização do solo feita de maneira completamente natural. Esta é a ideia principal de um projeto desenvolvido por profissionais da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e que já está dando super certo no município de Pacajá, localizado na região do sudoeste do nosso Estado. Segundo Guilherme Coelho, analista da Embrapa de Altamira, o processo ocorre de maneira bastante peculiar.
“Conseguimos um resultado muito interessante com os ingazeiros. A árvore vai depositando muita matéria morta no solo, fazendo com que a luz solar não tenha incidência nesta área e, juntamente com a camada deste material, estimulará a fertilização do solo de maneira natural”, explicou.
Outro detalhe interessante é que a Embrapa, por meio dos seus pesquisadores e analistas, desenvolveu uma estratégia como ILPF (Integração Lavoura Pecuária Floresta), ou seja, dentro de uma mesma área são utilizados diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais. Este processo acaba beneficiando todas as atividades.
Esta realidade já está sendo praticada com resultados extremamente positivos. O agricultor familiar Manoel Messias, de Pacajá, conseguiu aumentar consideravelmente a renda familiar com a utilização destas técnicas.
“O caso do Seu Manoel se tornou o nosso laboratório destas estratégias. Iniciamos com ele em 2013, precisamos dar uma pausa presencial por causa da pandemia, mas os resultados são positivos. Ele sempre nos informa como está o processo de produção dele. E estamos muito felizes com tudo o que ele tem conquistado”, afirmou Guilherme.
Sucesso em Pacajá
Nos 40 hectares da área agrícola do Seu Manoel Messias, localizada no município de Pacajá, atualmente é possível encontrar as mais variadas árvores frutíferas, que estimulam e muito a fertilização do solo.
“Eu comecei com os ingazeiros. Com os resultados positivos alcançados, fui plantando outras árvores, como bananeiras, pés de maracujá, de cacau, mamão, cumaru e é possível encontrar também o mogno africano”, relatou.
Em termos de rentabilidade financeira, depois de ter mudado para este sistema, o agricultor só tem a comemorar.
“Uma das justificativas, entre outras coisas, é por causa da diversidade de frutas que tenho plantado. Com isso consigo ter uma ampla variedade de produtos para comercializar. Além disso, tem a questão do consumo próprio, que melhorei bastante”, contou Seu Manoel.
O exemplo do Seu Manoel já está despertando interesse em outros agricultores do município.
“Quando comecei a praticar este processo, alguns agricultores não acreditavam que daria certo. Agora eu percebo que muitos deles já começaram a se interessar em querer fazer o que estou fazendo e com o objetivo de conquistar resultados melhores”, disse de maneira bastante elucidativa.