Fabrício Queiroz
Com 32 mil produtores ativos e uma área plantada de cerca de 230 mil hectares, o Pará é uma referência para a cacauicultura, abrangendo desde o cultivo do fruto até a produção de chocolates finos. Esse setor é hoje um exemplo para o modelo de desenvolvimento sustentável da Amazônia e pode ser conhecido mais de perto na Feira do Cacau e Chocolate Amazônia e Flor Pará 2025, que ocorre de 5 a 8 de junho no Hangar Centro de Convenções.
O evento é o maior do segmento de cacau sustentável na região e pretende aproveitar a realização da COP30 em Belém para divulgar boas práticas e modelos econômicos aliados à conservação do meio ambiente. A programação, organizada pelo governo estadual, Federação da Agricultura e Pecuária (Faepa) e apoio do Funcacau, contará com exposições, painéis e palestras com debates sobre produção sustentável, inovação e bioeconomia,
“O Pará tem se consolidado como referência nacional em produtividade por área, geração de renda e equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação da floresta. O modelo de produção adotado no estado, que é o sistema agroflorestal, comprova que é possível crescer de forma sustentável, valorizando gerações de cacauicultores com a floresta em pé”, afirma Maria Goretti Gomes, diretora da Câmara Setorial do Cacau.
A sustentabilidade é apontada como um diferencial competitivo da cacauicultura paraense que investe cada vez mais na adoção de SAFs, no cultivo orgânico, na valorização dos saberes das comunidades tradicionais e em medidas de rastreabilidade e certificação internacionais. Esses aspectos ajudam também na agregação de valor e promoção dos chocolates e das amêndoas produzidas no estado que já foram reconhecidas como as melhores do mundo em diferentes concursos.
“O modelo de cultivo do cacau na Amazônia paraense representa uma verdadeira transformação socioeconômica, diversificando a matriz produtiva do estado e garantindo a permanência digna de famílias no campo através de uma renda sustentável e próspera. A cacauicultura elevou-se ao status de programa estratégico estadual devido ao extraordinário potencial econômico que oferece aos seus produtores”, acrescenta o presidente da Faepa, Carlos Xavier.
Além do cacau, o evento também chama atenção para o potencial da floricultura baseada, principalmente, no cultivo de espécies nativas, como orquídeas, helicônias e antúrios. De acordo com o IBGE, a cadeia produtiva das flores já movimenta mais de R$ 6 milhões por ano e desponta como um novo segmento importante para a bioeconomia local.