Um estudo divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e a Coalizão para o Clima e o Ar Limpo (CCAC), durante a COP30, alertou que as emissões globais de metano continuam a crescer, apesar do Compromisso Global do Metano firmado em 2021 por 159 nações, para reduzir a poluição pelo gás em 30% até o final da década.
O Relatório Global sobre o Status do Metano, lançado na segunda-feira (17), aponta que apenas a implementação urgente de medidas de controle poderá fechar a lacuna para atingir essa meta internacional.
O metano (CH4) é um gás de efeito estufa de vida curta, permanecendo na atmosfera por apenas 10 a 20 anos, mas possui um potencial de aquecimento global 28 vezes superior ao do CO2, no período de cem anos.
“Reduzir as emissões de metano é uma das medidas mais imediatas e eficazes que podemos tomar para desacelerar a crise climática, protegendo ao mesmo tempo a saúde humana. A redução do metano também diminui as perdas nas colheitas, o que é essencial tanto para a produtividade agrícola quanto para a segurança alimentar. O PNUMA está empenhado em ajudar os países a transformar a ambição em ação, para garantir que as soluções apresentadas neste relatório tragam benefícios reais para as pessoas e para o planeta”, disse Inger Andersen, Subsecretária-Geral das Nações Unidas e Diretora Executiva do PNUMA.
Segundo o documento, apesar das emissões terem aumentado, novas metas e tecnologias já freiam sua expansão. Em junho, as metas climáticas dos países (NDCs) já previam políticas para coibir o metano em proporção 38% maior do que o registrado em 2020. Mas o esforço, apesar de ser o maior da história, ainda representa uma queda de apenas 8% até 2030,
A Agência Internacional de Energia (IEA) revela que os países do G20 respondem por 63% das emissões de metano provocadas pela atividade humana. No entanto, o relatório do PNUMA destaca que é também nas nações mais poderosas do planeta que reside a maior fatia do potencial global de mitigação desse potente gás: 72%.
O Brasil é o quinto maior emissor de CH4 do mundo, ficando atrás apenas de China, Estados Unidos, Índia e Rússia. Os dados mais recentes (2023) do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima, indicam que o país emitiu 21,1 milhões de toneladas de metano.
A Agência da ONU para o Meio Ambiente enfatiza que medições mais robustas, melhor reporte e mais financiamento são essenciais para acompanhar o progresso, sendo que o controle dessas emissões pode evitar mais de 180 mil mortes prematuras e 19 milhões de toneladas de perdas de safras por ano até 2030.
Além disso, se cumprirem apenas as metas já acordadas, os países economizariam US$ 330 bilhões (R$ 1,73 trilhão) anualmente até 2030.


