Artesãs, agricultoras, extrativistas e produtoras paraenses estão fortalecendo a transformação da floresta em fonte de renda, a partir do uso racional dos recursos da Amazônia. Desde sua implementação em 2022, o Plano Estadual de Bioeconomia (PlanBio) já contabiliza aproximadamente R$ 600 milhões em investimentos diretos, beneficiando mais de 400 mil pessoas e apoiando mais de dois mil negócios, incluindo comunitários, e colocando o protagonismo feminino no centro das políticas de desenvolvimento.
Com respeito aos saberes tradicionais e à diversidade sociocultural amazônica, essas empreendedoras movimentam cadeias produtivas e impulsionam o desenvolvimento sustentável em comunidades tradicionais.
A agricultora Gleicy Melo, 26 anos, ribeirinha do Arquipélago do Marajó, é um exemplo desse avanço. Como parte da Cooperativa Marajó, ela pontua o ganho de maior visibilidade e credibilidade a partir da bioeconomia.
“É muito inspirador para mim, como mulher ribeirinha de comunidades tradicionais, ver o reconhecimento e desenvolvimento do nosso trabalho. Passamos a fornecer produtos para a merenda escolar. Em Portel, as mulheres são a força ribeirinha que impulsiona a economia local”, ressalta.
A diretora de Bioeconomia da Semas, Iara Menezes, explica que o fomento a negócios liderados por mulheres e jovens estimula a autonomia financeira e a inovação social. O objetivo é estruturar empreendimentos sustentáveis para que tenham condições reais de competir e gerar renda no mercado da bioeconomia. Ações como o lançamento do novo Parque de Bioeconomia da Amazônia, em Belém, potencializam esses investimentos.
“As mulheres não apenas participam das iniciativas de bioeconomia, mas lideram processos de transformação social e produtiva, tornando-se protagonistas de um desenvolvimento mais inclusivo, equitativo e sustentável”, destaca Iara.
Capacitação e alcance
Em outra frente de ação, a Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster) já atendeu 73 artesãs de comunidades quilombolas das regiões de Integração Marajó, Baixo Amazonas, Guamá, Rio Caeté e Rio Capim. Essas ações envolvem capacitação, promoção e acesso a mercados, promovendo a autonomia econômica e o reconhecimento social das artesãs, conforme destacou Silvia Reis da Silva, coordenadora da Seaster.
A artesã Andréa Mendes, fundadora do Coletivo Artesãs Empoderadas da Cabanagem, celebra esse contexto de protagonismo feminino, ressaltando o valor de trabalhar com a arte e os produtos da floresta.
“Em 2021, comecei a trabalhar com produtos da floresta e vivi uma transformação total. Trabalhar com arte e reciclagem não tem preço; é muito prazeroso. É muito importante ver uma mulher impulsionar a outra”, finaliza.
O resultado prático dessas ações é o fortalecimento de empreendimentos sustentáveis, em condições reais de competir e gerar renda, com ações potencializadas por investimentos, como o lançamento do novo Parque de Bioeconomia da Amazônia.


