A exposição “Cinzas da Floresta”, em cartaz em Belém durante a COP30, é um forte manifesto artístico que usa a própria tragédia climática como matéria-prima. As obras expostas foram criadas com tintas feitas a partir de cinzas reais de incêndios florestais, coletadas pelo artivista Mundano em mais de 10 mil quilômetros percorridos pela Amazônia, Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica.
As cinzas de mais de 200 quilos, reunidas pelo artista, transformam-se em denúncia e homenagem aos brigadistas, que atuam na linha de frente do combate ao fogo, muitas vezes com recursos insuficientes.
A exposição tem um propósito de financiamento direto: todas as obras estão à venda e 100% do valor arrecadado será destinado à Rede Nacional de Brigadas Voluntárias (RNBV). O recurso será usado na formação de brigadistas, compra de equipamentos e fortalecimento das ações de quem está combatendo os incêndios.
A importância do tema é reforçada por dados do SEEG, que mostram que as emissões por fogo (241 MtCO2e) em 2024 já se equiparam às por mudança de uso da terra (249 MtCO2e), indicando o papel crucial dos incêndios na crise climática brasileira.
Mundano está produzindo outros dois murais durante a COP30, também utilizando as cinzas das queimadas.
Serviço:
Exposição Cinzas da Floresta na COP30
Travessa Piedade, 426 – Reduto, Belém (PA)
Em cartaz de 11 a 20/11, das 9h às 20h
Entrada livre – não é necessário confirmar presença


