O Manto da Imagem Peregrina, símbolo máximo do Círio de Nazaré, foi apresentado em Belém nesta quinta-feira (9), após a missa das 18h na Basílica Santuário, presidida pelo Arcebispo Metropolitano Dom Júlio Endi Akamine.
Mesmo sob chuva, milhares de fiéis se reuniram para assistir à cerimônia, presidida por Dom Júlio Endi Akamine, arcebispo metropolitano da capital paraense. A igreja estava lotada, e centenas de devotos acompanharam a celebração do lado de fora, rezando, cantando e agradecendo à Virgem, sob a chuva que caía sem afastar ninguém.
“É um momento em que a gente sente o coração bater mais forte. Mesmo com a chuva, ninguém foi embora. A cada ano o Manto é diferente, mas o amor por Nossa Senhora é o mesmo. Quando o Manto aparece, parece que ela nos abraça de novo”, contou, emocionada, Maria do Socorro Oliveira, romeira há 25 anos.
O Manto do Círio, que antecede o início das procissões oficiais, marca a revelação da nova vestimenta da Imagem Peregrina, simbolizando a renovação da fé e da esperança do povo paraense. Neste ano, o Círio de Nazaré conta com um investimento inédito de R$ 2 milhões do Ministério do Turismo, destinados à infraestrutura e à organização.
Homenagem
Neste ano, o manto homenageia um dos mosaicos da basílica, com destaque central para a árvore da vida. Confeccionada em cetim italiano, a base é luminosa, bordada com vidrilhos de cristal branco acetinado.

Cada elemento da peça carrega simbolismo e riqueza de detalhes:
- As folhas da árvore são criadas com cristais verdes, e os galhos são adornados com pequenas rosas feitas de coral.
- O céu acima é bordado com cristais em tons variados de azul e zircônias, iluminando a peça ao simbolizar as estrelas.
- As bordas possuem uma moldura em contas de opala que sugere mármore, conferindo um acabamento sofisticado.
O processo criativo da peça teve início em fevereiro desse ano, quando a estilista Letícia Nassar recebeu o convite do casal coordenador do Círio 2025, Antônio e Rosa Sousa. A confecção e o desenho foram assinados por Letícia, com o apoio de uma equipe formada por Daniela Guerra, Fernando Machado e Luiz Paulo Ferreira (bordados), Rita Tomé (costura) e Sheyla Craveiro (apoio geral).
“O Manto 2025 traz uma profunda reflexão sobre a criação e o papel de Maria na redenção da humanidade. Foi um trabalho de entrega e emoção. Cada ponto carrega uma oração, cada bordado representa uma forma de devoção. Ver a Imagem Peregrina vestida com a peça e sentir o olhar do povo foi indescritível”, relatou Letícia Nassar.
A peça, inspirada no tema “Maria, Mãe e Rainha de toda a Criação”, reflete o papel de Maria como guardiã da vida e símbolo da Criação Divina. Com vidrilhos de cristal, joias de prata e ouro, zircônias, miçangas de vidro e hematitas, o Manto brilha sob a luz do altar, evocando o esplendor e a maternidade da Virgem.
O broche do Jubileu
O broche do Manto 2025 é feito em prata e traz o símbolo “Peregrinos da Esperança”, alusivo ao Jubileu deste ano. O desenho é notável: a cruz evolui para uma âncora, tradicional símbolo da esperança em tempos difíceis, e é cercada pela corda do Círio, que representa a união dos fiéis.
O processo criativo começou em fevereiro, após a estilista Letícia Nassar receber o convite do casal coordenador do Círio 2025, Antônio e Rosa Sousa. O Manto nasceu do trabalho de muitas mãos e orações, unindo arte e devoção. Além de Letícia, participaram Daniela Guerra, Fernando Machado e Luiz Paulo Ferreira (bordados), Rita Tomé (costura) e Sheyla Craveiro (apoio geral). Todos foram movidos por uma fé que, no Pará, se costura junto com o fio da vida.