No próximo domingo, 5 de outubro, acontece a segunda edição do ‘Roteiro Geoturístico pelos Caminhos da COP30: do Parque Linear ao Centro Histórico de Belém”. O percurso reúne professores, estudantes, turistas e pessoas interessadas em conhecer a história da capital paraense e sua relação com uma das obras da 30ª Conferência do Clima, que será realizada na capital paraense em novembro de 2024.
Maria Goretti Tavares, professora da Universidade Federal do Pará (UFPA) e coordenadora do projeto, conta que o percurso aborda os aspectos históricos e sociais que envolvem a obra da COP30 e seus impactos na história de Belém.
“Esse projeto da COP (Parque Linear da Almirante Tamandaré) inicia ao lado do Centro Histórico tombado, dividindo esse território. O projeto faz uma análise crítica do momento histórico e seus agentes, já que existe todo um contexto da importância daquele entorno. Conforme caminhamos, também vamos falar das transformações sociais na região histórica, como as ruas que atualmente concentram bares e parte da vida noturna de Belém (Rua São Boaventura) e também vamos mostrar as comunidades de origem ribeirinha que vivem em palafitas”, conta.
Goretti pontua que o comprometimento do projeto em contribuir com as discussões históricas e sociais da cidade vai da concepção das rotas até a escolha de quem fará contribuições ao longo do percurso. O projeto faz parte do Grupo de Pesquisa de Geografia do Turismo (GGEOTUR), vinculado à Faculdade de Geografia e ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Pará (UFPA). Logo, sua equipe reúne professores, estudantes de graduação e pós-graduação, assim como pesquisadores de áreas correlatas, como turismo, arquitetura, museologia e história.
Acessibilidade e programação especial
Na última edição, realizada em agosto, a estreia do roteiro dedicado à COP30 reuniu 230 inscritos, que percorreram locais como a Praça do Arsenal, os palacetes Pinho e Camelier e o Beco do Carmo, finalizando na praça que leva o mesmo nome. Os Roteiros GeoTurísticos, que acontecem a pé, também possuem um programa de acessibilidade com a disponibilidade de tradutores-intérpretes de Libras para atender ao público.
Goretti explica que haverá edições especiais do circuito durante a COP30 para atender ao fluxo de visitantes na cidade.
“Tradicionalmente fazemos um roteiro aberto ao público por mês, mas em novembro especialmente, teremos um no dia 9 de novembro, meio da semana, e outros nos dois finais de semana seguintes”, conta.
O projeto de extensão obteve reconhecimento nacional ao conquistar o prêmio, 29ª Edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, do IPHAN, na categoria projetos de iniciativas de excelência em promoção e gestão compartilhada do patrimônio cultural, envolvendo todos os campos da preservação e oriundas do setor público, do setor privado e das comunidades.
Goretti celebra a marca, mas também pontua a importância de ampliar o legado durante a COP30. Ela cita a grande participação dos moradores em cada programação e o potencial de transformar em um local para aproximação entre a comunidade e os visitantes.
“Os roteiros já reuniram mais de 10 mil visitantes nestes quase 15 anos. Temos que aproveitar essa oportunidade de aproximar moradores e visitantes para refletir sobre a cidade e nossa importância nela. Quem for visitante, certamente também vai levar um pouco das nossas discussões para o olhar da sua própria cidade. Essa construção é uma missão cumprida para nós do projeto”, diz.
Como participar?
A programação, que ocorre em parceria com o Projeto Circular Cidade Velha-Campina, será realizada ao longo do próximo domingo, 5 de outubro. A concentração para a saída acontece na Praça do Arsenal às 8h30 da manhã, encerrando por volta das 12h. As inscrições são gratuitas e acontecem por meio deste link para o formulário oficial.
A organização do circuito destaca a importância de levar garrafa d’água, trajes leves, protetor solar e proteção para a cabeça pelo uso de chapéus e bonés. Também é recomendado levar guarda-chuva ou capa, já que o roteiro não será interrompido em caso de chuva.
Confira o roteiro completo
- Praça do Arsenal e seu entorno (prédio da Marinha/Mangal das Garças);
Casarões (hotel Atrium e Palacete Camelier) - Canal da Tamandaré/Projeto COP- Parque Linear e impactos no entorno;
Rua São Boaventura 1 (a toponímia da rua e suas transformações recentes, a Casa do Samba, o motel Los Piratas, Na Beira o porto Santa Efigênia) - Palacete Pinho e Memorial Bruno de Menezes
- Restaurante Na Maré (A paisagem “natural” da orla, ocupação ribeirinha, pressões do uso do solo na vegetação, carpintaria naval, ofícios tradicionais)
- Rua São Boaventura/Usos/Lazer (restaurantes, quadra de esportes, portos)
- Mercado do porto do Sal
- Rua São Boaventura/Beco do Carmo 3 (portos, identidade local e usos do espaço no Beco do Carmo)
- Beco do Carmo/Bar do Seu Bené
- Praça e Igreja do Carmo, Fórum Landi/UFPA.