A corda do Círio de Nazaré 2025, símbolo central da romaria, já chegou a Belém. Fabricada em Castanhal, a corda foi transportada em um caminhão com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré e ficará guardada na Estação Luciano Brambilla até a vistoria, que será realizada no dia 27 de setembro.
Desde 2023, a produção da corda é feita integralmente no Pará, pela Companhia Têxtil de Castanhal (CTC). Feita de fibra de malva, mais sustentável, ela é uma doação da empresa à Diretoria da Festa de Nazaré (DFN) e será usada nas duas principais procissões: o Círio e a Trasladação.
Vistoria do símbolo
Com 800 metros de comprimento, a corda é dividida em duas partes de 400 metros para cada procissão e possui um diâmetro de 60 milímetros. Ela já vem adaptada com estações de metal que ajudam no traslado da berlinda.
No dia 27 de setembro, a DFN e a Guarda de Nazaré farão uma revisão completa da corda no Colégio Santa Catarina de Sena. O objetivo é checar cada detalhe, como argolas, nós e estações, para garantir que o material esteja em perfeitas condições para o uso. Após a vistoria, as duas partes da corda serão expostas ao público: a da Trasladação na Estação Luciano Brambilla e a do Círio na Estação das Docas, até 11 de outubro.
Produção da corda: da roça à romaria
Até 2022, a corda era feita de sisal e produzida em Santa Catarina. Com a mudança para a malva paraense, mais de mil famílias de 20 municípios estão envolvidas em projetos de agricultura familiar para o cultivo da fibra. A malva torna a corda mais macia, mas sem perder a resistência. A produção da corda de 2025 durou sete meses e envolveu mais de 480 colaboradores.
A corda se tornou parte do Círio em 1885. Durante uma enchente que alagou a orla de Belém, um comerciante emprestou uma corda para que os fiéis pudessem puxar a berlinda, que não podia mais ser levada pelos cavalos. Desde então, a corda se tornou um elo simbólico entre Nossa Senhora e os devotos, sendo incorporada oficialmente à festa.