Por Ana Vitória Gouvêa
Conhecida internacionalmente pelo garimpo e pelos conflitos sociais, na década de 1980, a região de Serra Pelada, no sudeste do Pará, vem conquistando espaço em uma nova área: o turismo. Em 2025, o Sebrae/PA lançou a Rota Turística Novo Ouro de Serra Pelada, que pretende consolidar a região como referência em turismo sustentável de base comunitária.
A iniciativa busca aproveitar o fluxo de visitantes estrangeiros que chegarão ao Pará para a Conferência do Clima da ONU (COP30), marcada para novembro em Belém. Mais de 50 mil turistas são esperados para o evento, e a expectativa é que parte deles seja atraída para a rota, que abrange os municípios de Curionópolis, Parauapebas e Eldorado dos Carajás. Em função disso, o Sebrae/PA está mapeando guias e agências da região para capacitar a fim de que recebam bem esse público.
O crescimento do turismo internacional reforça o otimismo. Em 2024, o Pará recebeu mais de 32 mil visitantes estrangeiros, um aumento de 47,4% em relação ao ano anterior, segundo o Ministério do Turismo.
“Um dos principais legados da COP 30 será a criação e a promoção de roteiros como este, que fortalecem o Pará como destino internacional”, afirma Rubens Magno, diretor-superintendente do Sebrae no Pará.
O Sebrae/PA estima que 200 micro e pequenas empresas sejam beneficiadas com o projeto, gerando novas oportunidades de emprego e renda nos setores de hotelaria, transporte e comércio. A ação conta com apoio do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (CIRAD) e integra o programa europeu AL-INVEST Verde, coordenado pela organização alemã Sequa.
“Ao chamar a atenção do turista para as belezas da região e oferecer alternativas econômicas viáveis às comunidades, o projeto ajuda a incluir micro e pequenas empresas e agricultores familiares nas cadeias de valor do turismo”, reforça Magno.
Além do turismo, a rota prevê a integração de sistemas agroalimentares familiares e a disseminação de tecnologias sustentáveis. A proposta é ampliar os ganhos econômicos, reduzir a pobreza e a insegurança alimentar e, ao mesmo tempo, alinhar a região aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.