Quase metade da população mundial vivenciou pelo menos um mês a mais de calor extremo, no último ano, aumentando os riscos de problemas de saúde graves como exaustão e insolação. A conclusão é de um novo estudo divulgado às vésperas do Dia Mundial de Ação contra o Calor, comemorado nesta segunda-feira, 2
A pesquisa analisou dados de maio de 2024 a maio de 2025, período que incluiu o ano mais quente já registrado, e constatou que 4 bilhões de pessoas (49% da população global) enfrentaram pelo menos 30 dias de calor perigoso. Isso significa que as ondas de calor não estão apenas mais frequentes, mas também mais longas e intensas devido à queima de combustíveis fósseis e outras emissões.
Os cientistas também analisaram 67 eventos específicos de calor extremo que ocorreram durante o período do estudo, selecionados por quebrarem recordes de temperatura ou causarem impactos significativos em pessoas e propriedades. A conclusão foi categórica: todos esses 67 eventos foram influenciados e tornados mais prováveis ou mais intensos pelas mudanças climáticas.
Realizado pelo World Weather Attribution (WWA), a ONG Climate Central e o Centro Climático da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, o estudo, em 2025, foca nos perigos da exaustão térmica e da insolação.
O resultado é um chamado urgente à ação: o aumento da frequência e intensidade do calor extremo eleva drasticamente a exposição das populações a condições que podem levar rapidamente a essas emergências médicas, especialmente entre idosos, crianças, trabalhadores do campo, entre outros grupos mais vulneráveis.
A principal reocmendação do estudo é a redução drástica das emissões de gases de efeito estufa para frear o aquecimento global.
Os alertas vêm de toda parte. Há menos de uma semana, a Organização Meteorológica Mundial (OMM), ligada à ONU, afirmou que há 86% de chance de que ao menos um dos próximos cinco anos (2025 a 2029) seja o mais quente já registrado, superando as temperaturas recordes de 2024.
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