A nova fase de consolidação do Parque Estadual das Árvores Gigantes da Amazônia, no município de Almeirim, deu um passo decisivo no fim de outubro. A primeira missão técnica do Projeto ‘Árvores Gigantes para uma Nova Era – Fase II’ marcou o início do ciclo de implantação da unidade de conservação, que protege cerca de 560 mil hectares de floresta e abriga o angelim-vermelho, a maior árvore da América Latina, com 88,5 metros de altura. As informações são da Fundação Amazônia Sustentável (FAS).
A expedição, que durou 14 dias, teve como principal objetivo o levantamento logístico para a instalação da base operacional do parque. A base, fundamental para a gestão e o uso público da área, contará com recepção, alojamentos, cozinha, escritório, além de sistemas sustentáveis de energia fotovoltaica e captação de água.
A jornada reuniu equipes do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Paraense (Ideflor-Bio), da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), da Vonát Consultoria e da Cooperativa de Ecoturismo do Vale do Jari (Coopetu Jari). O grupo percorreu mais de 200 quilômetros por estradas de terra e rios, enfrentando corredeiras e cachoeiras, para identificar a área de instalação da base.
O reconhecimento do território permitiu mapear rotas seguras e reforçou o potencial do parque para o ecoturismo, turismo de aventura e observação da natureza.
Conforme Júlio Meyer, gerente da Região Administrativa de Belém do Ideflor-Bio, “o lugar é um santuário” e deve oferecer experiências imersivas e seguras.
“São comunidades tradicionais, biodiversidade abundante em uma paisagem selvagem que possibilita que tenhamos um produto turístico de competitividade internacional”, enfatizou.
Desenvolvimento sustentável
Além da infraestrutura física, a missão priorizou o fortalecimento do protagonismo comunitário. Foram realizadas oficinas e visitas técnicas em comunidades como São Francisco do Iratapuru e Cachoeira Santo Antônio, voltadas à sensibilização e capacitação de operadores de turismo e condutores locais em temas como gestão de riscos.
Juliane Menezes, coordenadora da FAS, destacou a importância dessa integração.
“Essa missão foi fundamental para planejar as atividades de forma integrada às partes interessadas, conciliando conservação ambiental, pesquisa científica e geração de oportunidades para as populações locais.”
Os questionários socioeconômicos preliminares aplicados nas comunidades servirão de subsídio para a formação do Conselho Gestor e a elaboração do Plano de Gestão do Parque, que será construído de forma participativa.
O presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, frisou que o Parque simboliza uma política ambiental moderna do governo paraense (conforme instrução), que “alia ciência, conservação e desenvolvimento sustentável,” visando transformar um patrimônio natural em um espaço de conhecimento e geração de oportunidades.
Os próximos passos do projeto incluem a contratação de empresas para a construção da base e o manejo de trilhas, além da continuidade das capacitações e das oficinas para a cocriação do Plano de Gestão, que definirá as diretrizes de conservação e uso público do Parque.


