O governo federal dará início, na próxima sexta-feira, 2, a uma operação para retirar garimpeiros da Terra Indígena Kayapó, localizada no sul do Pará. A ação, com duração prevista de 90 dias, visa cumprir uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a expulsão dos invasores do território.
A área enfrenta problemas relacionados ao garimpo ilegal, grilagem de terras, pecuária irregular e extração ilegal de madeira. O garimpo ilegal já destruiu cerca de 274 hectares de mata nativa na região.
A operação é coordenada pela Casa Civil da Presidência e pelo Ministério dos Povos Indígenas, com participação de ao menos 20 órgãos, incluindo Funai, Ibama, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional e Abin.
O governo informou que está em contato com as comunidades indígenas da região para comunicar o andamento da operação e as atividades que serão realizadas.
As ações incluem fiscalização, destruição de equipamentos utilizados no garimpo, varredura do território e monitoramento aéreo.
Nilton Tubino, assessor da Casa Civil e coordenador da operação, informou que bases estratégicas permanentes serão instaladas com agentes da Força Nacional para evitar o retorno dos garimpeiros. “A operação ocorre dentro e fora do território, com o objetivo de combater as atividades que dão suporte ao garimpo ilegal, como transporte e venda irregular de combustível”, afirmou Tubino.
A demora para iniciar a operação foi justificada pela complexidade da ação, que envolve diversos territórios indígenas. O governo planeja concluir as desintrusões determinadas pelo STF até setembro.
“O garimpo aumentou no território Kayapó, superando o registrado no território Yanomami. Existem quatro grandes áreas de garimpo, totalizando cerca de 18 mil hectares, de acordo com o monitoramento”, disse Tubino.
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