O Brasil alcançou um marco histórico na captação de recursos climáticos internacionais. O Conselho do Fundo Verde do Clima (GCF) aprovou, em sua 43ª reunião na Coreia do Sul, três novas propostas de financiamento para o país.
No total, os projetos somam mais de US$ 170 milhões em recursos diretos do GCF, com cofinanciamentos que elevam o investimento total a quase US$ 600 milhões. O impacto estimado é a redução de 30 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e) e o benefício direto a 11 milhões de pessoas no Brasil.
Esta é a primeira vez que o Brasil tem três propostas aprovadas em uma única reunião do Conselho, confirmando o avanço na gestão e planejamento feito pelo Ministério da Fazenda, que atua como Autoridade Nacional Designada (AND).
As aprovações são consideradas os primeiros resultados concretos do Novo Programa País 2025, uma estratégia alinhada às políticas nacionais mais importantes, como o Plano Clima, o Plano de Transformação Ecológica (PTE) e a NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada).
Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, destacou a mudança:
“Essas aprovações confirmam a efetividade da estratégia de programação adotada pelo Brasil junto ao Fundo Verde do Clima. Com o Programa País 2025, estamos conseguindo traduzir as prioridades nacionais em projetos de alto impacto climático, com mais planejamento, coerência e parcerias entre setores público e privado.”
Com esses novos projetos, a carteira brasileira junto ao GCF passa a refletir a diversidade das prioridades nacionais: florestas, bioeconomia, energia, indústria e resiliência territorial.
Os três projetos aprovados
Dos três projetos, dois fazem parte da carteira prioritária do Programa País 2025: o Programa Amazônia Viva, executado pelo Banco Mundial, e o Programa GEF Latam Climate Solutions Fund IV, executado pela GEF Brasil Investimentos. O terceiro, apresentado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) foi incluído em uma fase de transição por já estar estruturado.
- Programa Amazônia Viva (Banco Mundial) – US$ 80 milhões – Tem o obetivo de fortalecer a resiliência climática e apoiar comunidades e ecossistemas da Amazônia por meio de manejo florestal sustentável e segurança fundiária
- Fundo IV de Soluções Climáticas da GEF Latam (GEF Brasil Investimentos) – US$ 70 milhões – Tem o objetivo de lançar um fundo de private equity dedicado a soluções no Brasil, investindo em energia limpa, mobilidade e agroindústria de baixa emissão (primeiro projeto privado do Brasil no GCF).
- Cacau em Sistemas Agroflorestais (IICA) – US$ 23,1 milhões – Apoiar a transição para sistemas agroflorestais de cacau na Amazônia e Mata Atlântica, beneficiando mais de 870 mil pessoas direta ou indiretamente e evitando emissões de 5,2 milhões de toneladas de CO₂ equivalente. A iniciativa fortalece a resiliência de pequenos produtores e promove práticas de uso do solo sustentáveis em áreas já desmatadas.
Sobre o Fundo Verde do Clima
O GCF é o principal mecanismo financeiro multilateral criado em 2010 sob a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Ele atua nas áreas de mitigação e adaptação, apoiando países em desenvolvimento a cumprirem o Acordo de Paris. O Brasil é membro ativo desde a criação do fundo.


