Entre 15 e 17 de julho de 2025, Leticia, na Colômbia – na tríplice fronteira com Brasil e Peru – se tornará o palco do Fórum de Ação Pan-Amazônico pela Bioeconomia. Muito mais do que um encontro, o evento representa um marco para impulsionar o futuro sustentável da Amazônia, conectando comunidades locais, investidores e governos em prol de um modelo econômico que pode adicionar R$ 45 bilhões ao PIB do Brasil e criar mais de 830 mil empregos até 2050, conforme projeção do WRI Brasil.
São mais de 1.500 iniciativas mapeadas na Pan-Amazônia que comprovamo potencial da bioeconomia de conciliar proteção da natureza com a criação de valor e bem-estar para as populações locais. Frutos como açaí, castanha, cupuaçu, camu-camu, andiroba, copaíba e o mel de abelhas nativas são a espinha dorsal dessa economia, baseada na biodiversidade, no conhecimento tradicional e na valorização das comunidades.
Promovido pela Rede Pan-Amazônica pela Bioeconomia, o Fórum reunirá representantes da sociedade civil, setor privado, governos, organizações indígenas e organismos internacionais para fortalecer alianças e construir uma agenda comum para superar desafios do modelo de desenvolvimento econômico, como o subfinanciamento e a falta de políticas públicas integradas.
“Queremos que a bioeconomia seja reconhecida como um setor econômico e tenha seu peso refletido nas contas nacionais até 2035”, afirma Joaquín Carrizosa, assessor sênior do WRI Colômbia.
OTCA e COP30
O Fórum em Leticia ocorre em um momento estratégico para a governança amazônica, servindo como uma etapa de preparação para a COP30, que acontecerá em novembro, em Belém do Pará. A expectativa é que, na convenção do clima, a bioeconomia seja firmemente posicionada como uma solução tangível para a crise climática e uma poderosa ferramenta para promover justiça social e salvaguardar a biodiversidade da região.
Antes disso, em agosto, Bogotá sediará a V Cúpula de Presidentes da OTCA, onde líderes amazônicos reafirmarão seus compromissos com a proteção da maior floresta tropical do planeta. Paralelamente, a OTCA avança na implementação de sua Resolução XXIII, buscando estabelecer marcos regionais para a certificação de produtos amazônicos e o reconhecimento de serviços ecossistêmicos, pilares essenciais para uma bioeconomia com impacto social e ambiental.
“Uma bioeconomia que respeita as florestas conserva ecossistemas vitais e fortalece as economias locais. Ao investir em cadeias sustentáveis e no protagonismo indígena, criamos resiliência climática e oportunidades reais para os povos amazônicos”, ressalta Rachel Biderman, vice-presidente sênior das Américas da Conservação Internacional.
A presença no Fórum de gigantes como OTCA, BID, Banco Mundial e grandes ONGs de conservação como TNC e WWF, ao lado de associações indígenas, reforça a importância desse chamado global à ação.
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