Da redação
O Pará registrou 2.040 focos de calor entre janeiro e o início de agosto de 2025, uma redução de 60,5% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 5.169 focos. Após a temporada mais destrutiva dos últimos 75 anos, o reforço na prevenção, na fiscalização e no combate se mostra determinante para a melhora dos números.
Dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), somente em julho, o número caiu de 3.265 em 2024- quando o El Niño intensificou as queimadas, para 837 neste ano – um recuo de 74,3%. Historicamente, é a partir desta época que as queimadas avançam em todo o Brasil, por conta da seca.
Para se ter ideia, em agosto do ano passado, o Pará somou 13.803 focos, o equivalente a uma média de 18,5 por hora. Em 2025, até esta quarta-feira, 6/8, foram apenas 126 registros, média inferior a um por hora.
Alerta deve ser mantido
A retração acompanha uma tendência nacional: o Brasil teve queda de 65% nas áreas atingidas por queimadas nos seis primeiros meses do ano, com 1.702.951 hectares afetados. O número de focos também caiu na comparação com 2024, ano marcado pela pior seca dos últimos 75 anos.
Apesar da melhora, a destruição ainda preocupa, já que o estado abriga um dos biomas mais ameaçados do País: a Amazônia. Entre janeiro e junho deste ano, a floresta perdeu 11.550 km² para o fogo, frente aos 17.582 km² queimados no mesmo período de 2024.
Embora o número de focos também tenha caído, com 7.352 registros até julho, a Amazônia concentra um quarto de toda a área queimada no Brasil em 2025. Na análise por estado, o Pará ocupa a quinta colocação no ranking nacional, atrás de Mato Grosso (4.673), Tocantins (4.134), Maranhão (3.731) e Bahia (2.901).
Proibição do uso do fogo
Para conter o avanço do fogo durante a estiagem, o uso do fogo para limpeza e manejo de áreas rurais está proibido na Amazônia desde junho. A medida é parte da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo (PNMIF), instituída no ano passado pelo Governo Federal.
Proteção reforçada
No âmbito estadual, o Governo do Pará lançou em junho deste ano o programa Pará Sem Fogo, que reúne ações de prevenção e combate aos incêndios florestais. A política reconhece que a maioria dos focos tem origem humana e busca promover o manejo integrado do fogo, reduzir a incidência e os danos, responsabilizar infratores e integrar as ações de diferentes órgãos públicos.
A iniciativa reforça os resultados de políticas mais rigorosas. No Pantanal, por exemplo, após uma temporada intensa de destruição em 2024, o número de queimadas caiu drasticamente este ano. Entre janeiro e junho, a área queimada recuou de 5.980 km² para 322 km². Os focos também despencaram: foram 125 em 2025, frente a 9.167 no mesmo período do ano passado.