Com a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos prestes a entrar em vigor, a partir desta sexta-feira, 1º de agosto, o Pará está em plena reorganização estratégica de suas exportações. Setores vitais como a pecuária, pescado, madeira e açaí, os mais impactados com as mudanças, não estão parados esperando o impacto. Pelo contrário, a ordem é acelerar a busca e conquistar novos mercados globais, visando compensar a provável perda do acesso privilegiado ao consumidor americano.
A China, Japão, Índia, Dubai e o continente europeu surgem como os horizontes mais promissores para absorver a produção paraense. A urgência é alta, com relatos de estoques em risco e a necessidade de proteger empregos locais. As informações são de O Liberal.
Carne
Com frigoríficos locais já reduzindo os abates, a pecuária paraense já sente a necessidade de realinhamento imediato. A China, que se consolida como a grande esperança para absorver o volume de carne que antes seguia para os EUA. Apesar das complexidades de negociação, a Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa) está focada em fortalecer essa ponte comercial.
Pescados
No setor pesqueiro, a busca por novos mercados é uma realidade, mas com a clareza de que não será fácil. Eloy Araújo, da ABRAPPAA, destaca que a abertura de negócios internacionais para grandes volumes de pescado exige tempo e planejamento minucioso. Contudo, a determinação de encontrar e solidificar essas novas rotas de exportação é total, com todas as possibilidades sendo diligentemente exploradas.
Açaí
Os produtores de açaí estão se movimentando em diversas frentes para diversificar seus destinos. Emerson Menezes, da Amaçaí, já aponta negociações ativas com Europa, Japão e Dubai. A grande expectativa, porém, reside na COP30, que será realizada em Belém. Jhoy Gerald Rochinha Jr, da ACPAB, vê o evento como uma oportunidade única para o açaí paraense se apresentar a mais de 190 países, catalisando novos acordos comerciais e ampliando exponencialmente o comércio exterior do fruto em escala global.
Madeira
O setor madeireiro também ativou seu plano de contingência, com Deryck Martins, da Aimex, confirmando a prospecção intensa de novos mercados. Índia e China estão no topo da lista para se tornarem os principais compradores da madeira paraense. A indústria busca tanto a atuação diplomática do governo brasileiro para mitigar as tarifas quanto o apoio do Estado do Pará para construir estratégias que garantam a competitividade e a expansão comercial em outros continentes.