A Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) do Pará está intensificando esforços para obter o selo de Indicação Geográfica (IG) para três produtos emblemáticos da região de Santarém, no oeste do estado. O objetivo é valorizar a tradição e a qualidade dos Trançados de Arapiuns, o sabor único do feijão manteiguinha e a importância cultural do Pirarucu, um peixe amazônico ameaçado de extinção.
A iniciativa faz parte do Programa de Incentivo à Indicação Geográfica e Marcas Coletivas do Estado do Pará (Lei 10.510/2024), que busca reconhecer o trabalho de comunidades locais e proteger a origem de produtos com identidade ligada ao território.
Entre os dias 23 e 26 de junho, uma equipe da Sedap estará em Santarém para alinhar parcerias e dar andamento aos processos de reconhecimento. A agenda inclui reuniões com produtores, pescadores e artesãos, além de técnicos da Emater, Sedap regional e secretarias municipais de agricultura e turismo.
“Essas parcerias solidificam toda uma história de tradição e valorizam o trabalho local. O Pará é muito grande, muito rico, e nós precisamos contar sempre com esses apoios, essas pessoas que são referências mundiais. E isso, para indicação geográfica, é importante porque a indicação geográfica também é um instrumento reconhecido no mundo”, destacou Márcia Tagore, coordenadora do programa da Sedap,
Um dos parceiros estratégicos é o Chef Saulo Jennings, renomado por sua valorização da culinária e cultura alimentar do Tapajós. Ele contribui com pesquisas e registros documentais para o processo de reconhecimento.
“Em nome de todas as pessoas e famílias que produzem o trançado, que plantam o feijão de Santarém e que manejam o Pirarucu, eu estou em todas elas, um agradecimento ao trabalho consistente de vocês. Essa valorização vai melhorar a geração de emprego e renda e, principalmente, a sociobioeconomia local”, ressaltou Jennings.
Mercado internacional
Giovanni Queiroz, secretário de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca, enfatiza que a obtenção da Indicação Geográfica vai além da valorização regional.
“A indicação geográfica já é uma exigência do mercado internacional para o consumo de vários produtos. Esse reconhecimento projeta ainda mais os nossos produtos. Fico feliz por estar contribuindo com o estado do Pará e com a Amazônia na divulgação dos nossos bens aqui produzidos”, afirmou.
A IG é um instrumento que protege o nome de um território para um determinado produto ou serviço, conferindo-lhe um valor único e reconhecido internacionalmente pela sua importância cultural e características exclusivas. Com essa iniciativa, o Pará busca não só impulsionar a economia local, mas também preservar o patrimônio cultural e ambiental da Amazônia.