A preparação da capital paraense para a COP30 tem sido marcada por uma intensa polêmica. Em meio a reclamações de delegações internacionais e de órgãos de defesa do consumidor sobre a especulação imobiliária e o aumento de preços, a Secretaria de Estado de Turismo (Setur) e o Airbnb anunciaram uma queda de 22% no preço médio das diárias em Belém, Ananindeua e Marituba, entre fevereiro e agosto de 2025.
O anúncio foi feito no evento “Airbnb Day”, onde foram apresentados outros dados. Além da queda nos valores, o número de anúncios ativos em Belém saltou de cerca de mil, em 2023, para mais de 8.800, segundo a Setur. A qualificação dos anfitriões também melhorou, com o número de anúncios classificados como “Preferidos dos Hóspedes” crescendo quase 70%, e o de Superhosts aumentando em cerca de 50%.
Segundo a secretaria de Turismo, a procura doméstica por hospedagem na plataforma em Belém registrou um crescimento de 115% no período.
O secretário de Turismo do Pará, Eduardo Costa, destacou que os resultados apresentados são fruto da articulação do Governo do Estado com diferentes plataformas de aluguel por temporada. Como parte dessa agenda, já foram realizados cinco eventos presenciais e dois webinários voltados à orientação de anfitriões sobre preços adequados, qualidade no atendimento e alinhamento às diretrizes da COP30.
Crise de hospedagem
Apesar do anúncio positivo, a crise de hospedagem segue causando polêmica. Recentemente, 25 países criticaram os preços de hospedagens para a COP30 e ameaçaram não comparecer ao evento. O governo federal avalia criar uma “força-tarefa” para auxiliar as delegações de forma personalizada.
Além disso, processos administrativos via Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), do Ministério da Justiça, no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), além de ações locais da Defensoria Pública e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) tentaram notificar as plataformas Booking e Airbnb para excluir anúncios abusivos de suas plataformas.
Até um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi firmado entre o governo e o setor imobiliário, com o objetivo de que os preços praticados durante a conferência sigam o mesmo patamar do Círio de Nazaré.
No entanto, representantes do setor hoteleiro local rebateram as críticas, alegando que o aumento nos preços é uma dinâmica de mercado normal para grandes eventos.
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