A Pré-COP em Brasília vai promover com uma ação nacional, simultânea em oito cidades do Brasil, fazendo um apelo direto aos países signatários do Acordo de Paris: “Tripliquem o financiamento da adaptação”.
A iniciativa, batizada de “Do Presente ao Futuro com Adaptação Climática”, vai projetar frases de impacto na noite desta segunda-feira (13) — primeiro dia da Pré-COP —, em Brasília (DF), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Alter do Chão/Santarém (PA) e Patos (PB).
O objetivo é destacar a urgência de agir frente a um clima que já mudou, com mensagens como:
- “Líderes mundiais, a adaptação climática não pode esperar.”
- “A adaptação é vida, para todos os povos e todas as espécies.”
- “Adaptação é ação: cidades-esponja, agricultura resiliente, sistemas de alerta precoce.”
A ação é liderada pelo Instituto Talanoa e busca mover o foco dos negociadores para a dimensão humana e política da adaptação.
“Queremos inspirar uma reflexão que vá além da urgência do momento e alcance a forma como planejamos o futuro das cidades, dos territórios e das pessoas. Essa é uma agenda de sobrevivência”, afirma Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa.
A intervenção visa dar visibilidade a um documento crucial, a ser entregue à presidência da COP30, durante a Pré-COP. A carta, assinada pelo Instituto Talanoa e outras organizações brasileiras e latino-americanas, pede que os países tripliquem o volume de recursos destinados à adaptação até 2030, garantindo um mínimo de US$ 86 bilhões anuais.
O objetivo é evitar um “abismo financeiro” que pode se abrir a partir de 2026, quando expiram os compromissos de financiamento firmados no Pacto Climático de Glasgow.
Projeções
Em Brasília, a projeção acontece no Museu Nacional da República, e em Alter do Chão será na praça central da cidade. As frases dialogam com animações inspiradas nas gravuras do artista Evandro Carlos Jardim, conhecidas por retratar o movimento da natureza.
A concepção artística é de Gisela Motta e Mariana Lacerda.
“Temos uma imagem do Pico do Jaraguá, hoje uma terra indígena em plena metrópole de São Paulo, e nela vemos este relevo por onde se escorre água. À luz do presente, o que esta imagem pode sugerir? Isto é muito intenso e talvez indique como a adaptação é sinônimo de sobrevivência”, explica Mariana Lacerda.