A importância das práticas agrícolas sustentáveis foi o ponto de partida do debate sobre a resiliência climática na COP30, na segunda-feira (17), que mostrou como a união do cooperativismo e do setor de seguros é a chave para blindar o agronegócio brasileiro.
Especialistas no Fórum de Sustentabilidade em Cooperativismo e Seguros apontaram que a parceria é a estratégia mais eficaz para enfrentar os crescentes riscos do clima. Para Andres Elola, representante da ICMIF Américas, o seguro rural vai além da simples indenização. O setor de seguros funciona como um estímulo permanente para que os produtores adotem técnicas agrícolas mais sustentáveis, promovendo uma melhoria contínua e protegendo o investimento em resiliência.
Tania Zanella, do Instituto Pensar Agropecuária, afirma que a aproximação do seguro rural aos produtores rurais e o setor segurador, não é apenas necessário, mas estratégico.
“As cooperativas já conhecem o produtor e o território. Quando unimos esse conhecimento à expertise técnica dos seguros, transformamos proteção em política de desenvolvimento. Estamos construindo algo duradouro. Cooperativismo e seguro caminham juntos quando o assunto é resiliência”, explicou.
Para os pequenos e médios produtores, essa segurança é vital, pois a recuperação de solo e a regeneração de áreas exigem ciclos longos e o seguro amortece a vulnerabilidade climática.
“O agronegócio é marcado por ciclos longos e tudo acontece de forma gradual. Recuperar o solo, regenerar áreas e construir resiliência exige segurança — sem ele, o produtor fica vulnerável demais”, disse Matheus Marino, presidente do Conselho de Administração da Coopercitrus.
Essa parceria é ainda mais crucial porque as cooperativas são canais decisivos de financiamento, como atestam os dados do BNDES, que repassa a maior parte de seu crédito rural, especialmente para pequenos e médios produtores, por meio dessas instituições, alcançando territórios onde bancos tradicionais não chegam.


