Para envolver crianças e adolescentes nas pautas relacionadas às mudanças climáticas que serão discutidas na COP30, o Instituto Alana propõe a realização de MiniCOPs em todo o País. A iniciativa foi aprovada pela Campeã de Alto Nível da COP30, Marcele Oliveira, que lançará um edital na primeira semana de outubro para a realização das MiniCOPs.
A proposta é criar espaços de participação genuína.
“Precisamos proporcionar formas sensíveis de escutar e observar o que as crianças e os adolescentes têm a contribuir para a pauta climática. Eles são os mais impactados pelos efeitos climáticos e viverão mais tempo sob as decisões que tomamos agora. Ao mesmo tempo, eles têm direitos como cidadãos e podem trazer contribuições significativas para as negociações e, mais ainda, para a ação climática necessária para mudar o rumo do planeta”, afirma JP Amaral, gerente de Natureza do Instituto Alana e líder de COP na entidade.
Luciana Abade, coordenadora-geral de Mobilização da COP 30, vê as MiniCOPs como uma “verdadeira forma de mutirão pela ação climática, que mobiliza as comunidades desde a base e reconhece o papel transformador de crianças e adolescentes nesse processo”.
O chamamento para educadores e cuidadores foi feito em junho deste ano, mas ainda há tempo para que escolas, organizações ou comunidades promovam suas edições no formato que desejarem, como rodas de conversa, debates, oficinas ou vivências. O objetivo é garantir que crianças e adolescentes façam parte da COP30, já que os resultados selecionados chegarão até a Presidência do evento.
Segundo JP, as escutas permitem captar o olhar de uma geração que já sofre as consequências da crise climática.
“Cada pessoa tem sua história, seu ritmo, seu jeito de expressar e participar. E a participação se constrói a partir desse reconhecimento, de que ninguém precisa se encaixar para ser ouvido, nem se apagar para ser considerado”, acrescenta.
A Divisão de População da ONU aponta que, atualmente, uma em cada três pessoas no mundo é criança ou adolescente, e 28% da população global tem até 14 anos. No entanto, quase metade desse contingente, equivalente a 1 bilhão de meninos e meninas, vive em países com alto risco climático e ambiental, de acordo com relatório do UNICEF.
“As crianças não são apenas vítimas desse problema que não ajudaram a criar. Elas podem e devem ter espaço e voz no enfrentamento às múltiplas crises que vivenciamos”, reforça JP Amaral, gerente de Natureza do Instituto Alana e líder de COP na entidade