Um edital voltado para a seleção de quiosques e restaurantes que atuarão na 30º edição da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP-30), em Belém, trouxe surpresa para os paraenses: a venda de diversos itens típicos do estado, como açaí, tucupi e maniçoba, estão proibidas nos espaços.
A justificativa para a decisão são as chances de contaminação. No caso do açaí, a proibição se deve ao “risco de contaminação por Trypanosoma cruzi (causador da doença de Chagas)”, já no caso do tucupi e maniçoba, a proibição é motivada pelo risco de toxinas naturais em caso de erros de preparação ou não pasteurização. Confira a lista completa de alimentos proibidos abaixo.
O assunto chamou a atenção após a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) publicar nesta semana o edital com as regras para a seleção de operadores de restaurantes e quiosques que funcionarão durante a Conferência nos espaços do Parque da Cidade.
Segundo o governo do Pará, a OEI é a responsável por fazer as contratações graças a uma parceria firmada com o governo federal, afirmou o Estadão Agro. A OEI, por sua vez, disse ao jornal que “segue diretrizes técnicas rigorosas” e as restrições colocadas aos alimentos são para “assegurar a saúde” dos participantes.
Ao todo, o Parque da Cidade terá 87 estabelecimentos para comercialização e fornecimentos de alimentos entre pratos, lanches e bebidas. 50 estarão na Blue Zone e 37 na Green Zone.
Mesmo com a restrição de itens regionais e outros com potencial de risco, as orientações gerais é de que ao menos 30% do valor total dos insumos adquiridos sejam provenientes da agricultura familiar e que os itens à venda tenham preços acessíveis, sujeitos a análise da OEI.
Os estabelecimentos selecionados terão que informar as origens dos produtos para que a OEI faça a verificação e rastreamento da origem dos alimentos, assim como oferecer as seguintes opções:
- Ofertar cardápios com opções veganas, vegetarianas, sem glúten e sem lactose, além de pratos adaptados a restrições religiosas, como alimentos halal e kosher;
- Priorizar refeições à base de plantas, adotando como padrão preparações com vegetais, legumes, frutas e grãos;
- Incentivar a redução gradual do consumo de produtos de origem animal, dando foco “especial na diminuição da carne vermelha”.