Em um movimento significativo para a agenda climática global, os vice-ministros dos países membros do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) aprovaram um documento base sobre financiamento climático durante uma reunião de alto nível na capital brasileira. O texto, que busca direcionar investimentos para ações de combate às mudanças climáticas, é visto com grande expectativa para compor os esforços da COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que ocorrerá em Belém, em novembro.
A Declaração Quadro para Líderes do BRICS sobre financiamento climático será agora submetida aos chefes de Estado na próxima reunião de cúpula do grupo. A expectativa é que o documento contribua para a construção do roteiro Baku-Belém, um ambicioso plano de ação que busca mobilizar US$ 1,3 trilhão até 2035 para ajudar países, especialmente os em desenvolvimento, a combater as mudanças climáticas e a se adaptar aos seus impactos.
Esse dinheiro pode vir de governos, bancos internacionais, empresas e fundos específicos. Ele tem como objetivos reduzir as emissões de gases de efeito estufa e preparar e proteger as comunidades e economias dos efeitos das mudanças climáticas.
A embaixadora Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, destacou a natureza inédita do documento do BRICS.
“Pela primeira vez, teremos um documento que orienta uma ação comum e coletiva do BRICS na área de financiamento climático, envolvendo, por exemplo, reformas de bancos multilaterais, um maior financiamento concessional, mobilização também de capital privado e outras questões regulatórias para assegurar que os fluxos possam fluir para os países em desenvolvimento”, afirmou Rosito.