A Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, área mais pressionada pelo desmatamento ilegal na Amazônia, foi o local escolhido para receber a primeira garantia de restauração florestal por um banco multilateral de desenvolvimento no Brasil. Anunciada nesta quarta-feira,13, na COP30, a operação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no valor de US$ 15 milhões, é considerada um marco para a mobilização de capital privado na conservação da Amazônia.
Com vigência de 20 anos, o recurso apoiará a Unidade de Recuperação Triunfo do Xingu (URTX), uma Parceria Público-Privada (PPP) que se destaca como pioneira em concessão para restauração florestal na América Latina. A garantia do BID funciona como um catalisador, elevando a segurança financeira do investimento privado e facilitando o acesso ao crédito para o projeto.
“O simbolismo de dar o primeiro passo na APA Triunfo do Xingu é enorme: área que sofreu pressão por pecuária nas últimas décadas, onde o Estado recuperou o território e iniciou a primeira concessão pública de restauro do Brasil, com estudos que mostram viabilidade econômica real”, afirmou o governador do Pará, Helder Barbalho.
A operação foi estruturada no âmbito do programa Amazônia Sempre, do Grupo BID, e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, destacou que ela poderá contar com a garantia do Tesouro Nacional, inovando na estruturação de garantias para PPPs ambientais. O presidente do BID, Ilan Goldfajn, classificou o projeto como um “modelo replicável” para outros biomas e países amazônicos.
- Impactos projetados na APA Triunfo do Xingu:
- A operação deve gerar mais de US$ 46 milhões em investimentos totais e resultar em:
- Restauração: 9.980 hectares de florestas restauradas e conservadas.
- Emprego: Criação de 2.000 empregos.
- Clima: 3,7 milhões de toneladas de CO2 sequestradas.
A Unidade de Restauro Triunfo do Xingu, localizada na APA Triunfo do Xingu, foi concedida em processo na B3 em março deste ano para um projeto de reflorestamento. A concessão vai recuperar 10 mil hectares, tem prazo de 40 anos e projeta R$ 300 milhões em investimentos privados ao longo do contrato.


