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Home»GENTE DA TERRA»Mercúrio do garimpo assombra gestantes e altera dieta de Mundurukus no Pará
GENTE DA TERRA 17 de março de 2022

Mercúrio do garimpo assombra gestantes e altera dieta de Mundurukus no Pará

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Foto: Associação Indígena Pariri - Munduruku, Médio Tapajós
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O mercúrio usado pelo garimpo ilegal no Pará tem provocado mudanças drásticas no modo de vida da população indígena afetada pela substância tóxica na região: as mulheres temem engravidar e o peixe passou a ser consumido apenas duas vezes por mês dentro de várias aldeias. O cacique Juarez Saw Munduruku, da Terra Indígena Sawré Muybu, relatou ao Pará Terra Boa os impactos mais recentes na saúde dos índios a partir da contaminação das águas e comida consumidas por seu povo.

Segundo ele, uma índia teve um aborto espontâneo no início do ano, em que o feto saiu com má-formação.

“Agora teve um aborto aqui de uma jovem e ninguém sabe. A criança não se formou, saiu deficiente. Todo mundo viu que não era criança formada, era destransformada. A gente acredita que é por causa do mercúrio”, denunciou. O cacique afirmou que o caso chocou tanto a comunidade a ponto de gerar medo de engravidar entre as mulheres.

Juarez também relatou que dona Irena, uma anciã da aldeia, está doente há 2 anos e ninguém descobre o motivo. “Ela melhora e piora, dá fraqueza nas pernas e recai, então ninguém sabe se é a contaminação por mercúrio”. Dona Irena foi já levada para exames em Santarém, mas ainda não há confirmação de possível relação com o metal pesado.

Além do problema com a população adulta, outro fato que perturba a TI é a alta incidência de diarreia entre as crianças há anos. Sua aldeia conta com 109 pessoas, de 22 famílias, sendo 62 crianças, de 1 ano até 12 anos.

 “No ano passado deu muita diarreia, misturada com gripe, mas todas as crianças passaram ruim. Não é a água porque a gente tem um poço aqui. Deu isso em toda a aldeia em todas as crianças, com febre. Isso continua neste ano também”, afirmou.

Cacique Juarez aponta o mercúrio como causador do problema porque houve uma vítima infantil fatal que apresentava os mesmos sintomas, diarreia e febre, em 2017. Os médicos, um ano depois, comprovaram que se tratara de mais um caso de contaminação por mercúrio.

“Tivemos uma criança, o médico pegou sangue dessa criança de 8 meses e estava muito alterado de mercúrio. Ela não resistiu. Em 2017, veio o grupo da pesquisa (da Fiocruz). Levaram o sangue dessa criança. Em 2018, fomos até Santarém receber o resultado e deu isso, muito mercúrio no sangue do bebê”, lamentou.

Dieta

O fluxo dessa cadeia perversa que coloca em risco a vida dos índios desde o ventre começa no rio, onde o mercúrio é depositado pelos garimpeiros. Segue em direção aos peixes daquele rio e culmina no organismo dos humanos que os consomem. Diante desse percurso, a Terra Indígena Sawré Muybu reduziu a ingestão de peixes ao ritmo de apenas duas vezes por mês. Sabe-se que a pesca na Amazônia fornece segurança alimentar e reduz as taxas de desnutrição, pois os peixes são a fonte alimentar dominante de aminoácidos essenciais, lipídios com ácidos graxos, minerais e vitaminas.

“Agora comemos mais peixe de escama, que come frutinha. O peixe liso (carnívoro) a gente deixou de utilizar. Conversamos com todas aldeias próximas, falamos para eles dos mais contaminados, como o tucunaré, que deixamos de comer. Agora comemos peixe, no máximo, duas vezes por mês”, afirmou o cacique Juarez.

A recomendação para essa alteração do modo de vida tradicional veio de cientistas que realizaram uma pesquisa com peixes da Amazônia, em 2020, no Amapá. O estudo foi realizado por pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz), do WWF-Brasil, do IEPA – Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá e do Iepé-Instituto de Pesquisa e Formação Indígena.

Todos os peixes analisados na pesquisa apresentaram níveis detectáveis de mercúrio e 28,7% excederam o limiar de mercúrio da Organização Mundial da Saúde para consumo humano. Porém, quatro das sete espécies com as maiores concentrações de mercúrio estão entre as mais consumidas na região: o nível mais alto foi detectado em Boulengerella cuvieri (pirapucu), seguido por Cichla monoculus (tucunaré) e Hoplias aimara (traírão) – todas carnívoras. Como predadores, os peixes carnívoros acumulam grandes quantidades de mercúrio ao longo de seu ciclo de vida.

No caso dos peixes carnívoros, os pesquisadores recomendam um consumo semanal de 200 gramas para evitar problemas de saúde.

Para o estudo, foram capturados 88 exemplares de peixes, pertencentes a 18 espécies distintas: todos estavam contaminados. A partir daí, o estudo descobriu que as doses de ingestão diária de mercúrio estimadas para os participantes, de acordo com 5 espécies de peixes piscívoros amostrados, foram 4 a 18 vezes superiores aos limites seguros preconizados pela Agência de Proteção Ambiental Norte-Americana (EPA).

Sintomas

Os efeitos na saúde humana pelo acúmulo de mercúrio no organismo vão além da diarreia em crianças. O metal pesado afeta diretamente o Sistema Nervoso Central, que está em desenvolvimento nas crianças menores de 5 anos, e o cérebro dos fetos ainda em formação no útero materno. Também provoca déficits de sensibilidade térmica, quando a pele não percebe, por exemplo, temperaturas altas.

Nas crianças, o mercúrio causa problemas motores e na fala. Nos bebês de até 12 meses, anemia. No feto, além da má-formação, danos aos rins e problemas no Quociente de Inteligência (QI) de forma irreversível. Nos adolescentes, variações genéticas e alterações neurológicas.

Outros danos para a saúde de crianças e adultos com alto teor de mercúrio no sangue são tremores, insônia, perda de memória, alterações neuromusculares, dores de cabeça e disfunções cognitivas e motoras.

Esses dados fazem parte de uma pesquisa divulgada pela Fiocruz e WWF-Brasil com o povo do cacique Juarez, nos municípios de Itaituba e Trairão, em novembro de 2020.

De cada 10 participantes, 6 apresentaram níveis de mercúrio acima de limites seguros: cerca de 57,9% dos participantes apresentaram níveis de mercúrio acima de 6µg.g-1 – que é o limite máximo de segurança estabelecido por agências de saúde.

A contaminação foi maior em áreas mais impactadas pelo garimpo, nas aldeias que ficam às margens dos rios afetados. Nessas localidades, 9 em cada 10 participantes apresentaram alto nível de contaminação. As crianças também são impactadas: cerca de 15,8% delas apresentaram problemas nos testes de neurodesenvolvimento.

Uma geração inteira de pessoas que vivem na Amazônia pode ter seu futuro gravemente ameaçado, caso nada seja feito pelas autoridades.

Fonte: Fiocruz e WWF

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