O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, usou o incidente do incêndio que atingiu o Pavilhão Países na Zona Azul, na tarde de quinta-feira (20), como uma metáfora para pedir unidade e consenso nas negociações finais da conferência. O fogo, que foi rapidamente contido, exigiu atendimento médico para 27 pessoas, segundo o Ministério da Saúde, que informou que seis delas seguem internadas.
“Foi muito rapidamente contido e nos lembrou de nossa vulnerabilidade compartilhada e de como, instintivamente, nos unimos para agir em momentos de crise. Isso é exatamente o que caracteriza nossa COP. Quando enfrentamos uma crise, devemos responder juntos”, declarou Corrêa do Lago em reunião informal nesta sexta-feira (21).
O embaixador reforçou o sentimento de solidariedade citando uma frase de Mohamed Adal, que lhe chamou a atenção durante o caos: “‘Mesmo em um momento de caos, uma coisa se destacou. Pessoas de todos os cantos do mundo, de diferentes nações, credos e afiliações cuidaram umas das outras'”.
O apelo pela união ocorreu horas após a divulgação do rascunho do texto “Decisão Mutirão”, que foi amplamente rejeitado por 29 países por excluir o roteiro para o fim dos combustíveis fósseis. Corrêa do Lago pediu um esforço para que as delegações cheguem a um consenso.
“Acredito que estamos muito próximos do nosso objetivo triplo: fortalecer o multilateralismo, conectar este processo às pessoas e acelerar a implementação do Acordo de Paris. Sabemos que é um desafio considerável porque, em casa, todos os nossos governos enfrentam vários tipos de pressões”, disse.
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