O novo dia da COP30 ficou marcado pela divulgação do primeiro rascunho da decisão final da COP30 e a formação de um bloco de países ricos e em desenvolvimento a favor de um prazo para o abandono dos combustíveis fósseis.
Bem no clima do discurso da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que clamou na abertura do segmento de alto nível de ministros, pela aprovação, em Belém, dos indicadores globais de adaptação. Estes indicadores são as regras e métricas cruciais para orientar os países a prepararem cidades e áreas naturais contra os impactos climáticos.
Marina Silva declarou que “a adaptação precisa estar no centro da resposta global”, dependendo de instrumentos concretos para medir progresso e reduzir vulnerabilidades. A ministra ressaltou a urgência da ciência para que as metas nacionais (NDCs) sejam implementadas rapidamente e reforçou a declaração do presidente Lula sobre a construção de “mapas do caminho” – roteiros planejados para reverter o desmatamento e superar gradativamente a dependência de combustíveis fósseis.
Doação e alfinetada
Tambpem neste terça-feira, na COP30, o governo da Alemanha anunciou a doação de € 15 milhões (cerca de R$ 92,4 milhões) para o novo fundo brasileiro voltado ao desenvolvimento de comunidades indígenas e à proteção territorial. O anúncio foi feito pelo ministro da Embaixada da Alemanha no Brasil, Wolfgang Bindseil, que se posicionou como um dos primeiros doadores do mecanismo. Em seu discurso, Bindseil aproveitou para elogiar a capital paraense, em uma aparente alfinetada ao premiê alemão, Friedrich Merz, que havia criticado publicamente a estadia na conferência na última semana.
Demarcação de terras
O governo federal confirmou a demarcação de quatro terras indígenas na COP-30. Os decretos de homologação, que representam a fase final do processo, foram publicados no Diário Oficial nesta terça-feira. As terras reconhecidas são: Kaxuyana-Tunayana (localizada no Pará e no Amazonas), Uirapuru (Mato Grosso), Estação Parecis (Mato Grosso) e Manoki (Mato Grosso). Houve ainda a assinatura de 10 portarias declaratórias pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e a aprovação de 6 Relatórios Circunstanciados de Identificação e Delimitação (RCID) da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI).
E o Fóssil do Dia vai para…
O Canadá foi o “vencedor” desta terça-feira (18/11) do prêmio irônico Fóssil do Dia na COP30, concedido pela rede de ONGs CAN (Climate Action Network-International), por estar “desaparecido em ação” e minar o multilateralismo na conferência. Segundo a CAN, o primeiro-ministro Mark Carney desmantelou sistematicamente uma década de progresso climático, priorizando uma nova agenda de “grandes projetos”, incluindo a expansão de GNL (gás natural liquefeito), o que configura um caso de “Transição Injusta”. A União Europeia (UE) também recebeu uma menção honrosa sarcástica por seus esforços “incansáveis” em evitar negociar uma nova meta clara de financiamento público e previsível para a adaptação do Sul Global.
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