O primeiro dia da COP30, em Belém, já trouxe um sinal de harmonia incomum no ambiente tenso das negociações climáticas. O presidente da conferência, embaixador André Corrêa do Lago, celebrou nesta segunda-feira (10), o consenso alcançado entre as delegações sobre a agenda oficial do encontro.
Considerado essencial para iniciar as discussões formais, o acordo foi costurado na noite anterior e visto como um indicador de que os países estão dispostos a cooperar.
“Quero agradecer às delegações pelo fantástico acordo que alcançaram ontem à noite”, afirmou Corrêa do Lago, em tom de alívio. “Esse entendimento permitirá que comecemos a trabalhar intensamente desde hoje e possamos explicar ao mundo por que esses temas adicionais realmente importam”, complementou.
A aprovação da agenda é sempre o primeiro teste de confiança em qualquer COP. Seu desfecho positivo na Amazônia acende a luz verde para o avanço nas pautas prioritárias: o financiamento climático, a transição energética e as metas globais de adaptação.
Agora, com a agenda formalizada, as atenções se voltam das tribunas para as mesas de negociação. As duas semanas, em Belém, serão decisivas para transformar os altos compromissos em planos concretos, com números, prazos e recursos definidos para enfrentar a crise climática.
Agenda de discussões
Segundo a Agência Brasil, ao longo dos dias, os encontros foram organizados em blocos temáticos para facilitar a agenda única. As sessões serão distribuídas na programação da seguinte forma:
10 e 11 de novembro: Adaptação, Cidades, Infraestrutura, Água, Resíduos, Governos Locais, Bioeconomia, Economia Circular, Ciência, Tecnologia e Inteligência Artificial, estabelecendo as bases para a preparação e resiliência climática em todos os sistemas, setores, comunidades e regiões.
12 e 13 de novembro: Saúde, Emprego, Educação, Cultura, Justiça e direitos humanos, Integridade da informação e Trabalhadores. Nestes dias, também será realizado o Balanço Ético Global, reforçando a equidade e a responsabilidade moral na governança climática.
14 e 15 de novembro: Transformação dos sistemas de energia, indústria, transporte, comércio, finanças, mercados de carbono e gases não-CO₂.
17 e 18 de novembro: Gestão ambiental e comunitária, com ênfase em florestas, oceanos e biodiversidade, e com destaque para povos indígenas, comunidades locais e tradicionais, crianças e jovens, e pequenos e médios empreendedores, apresentando soluções inclusivas, fundamentadas e alinhadas à natureza.
19 e 20 de novembro: Raízes da alimentação, da agricultura e da equidade, abrangendo Agricultura, Sistemas Alimentares e Segurança Alimentar, Pesca e Agricultura Familiar. Também serão enfatizados debates relacionados a Mulheres, Gênero, Afrodescendentes e Turismo.


