Por Tereza Coelho
O governador do Pará, Helder Barbalho, declarou, nesta segunda-feira (10), que o Pará pretende liderar uma aliança em nível nacional para transformar o Sistema de Rastreabilidade Bovídea em uma política pública efetiva nos estados brasileiros.
Em conversa com o Pará Terra Boa, Helder afirmou que, inicialmente, pretende usar a oportunidade da COP30 para engajar mais estados e, futuramente, criar uma coalizão entre eles para buscar outros mercados para a carne brasileira. Atualmente, o Pará é pioneiro em transformar o rastreio bovídeo em política pública de nível estadual, pelo Sistema de Rastreabilidade Bovina Individual do Pará (SRBIPA), parte do Programa Pecuária Sustentável do Pará.
“Queremos usar a experiência que estamos desenvolvendo para engajar outros estados e formar essa aliança nacional. Já temos a China como parceira, mas, com comprometimento dos demais estados, podemos fazer algo muito maior, colocando a nação como protagonista no radar da carne sustentável, sinalizando que temos interesse em fazer melhor não apenas por novas regras do mercado externo, mas também porque temos interesse genuíno nessa transformação”, diz.
Para ele, o SRBIPA já está ganhando reconhecimento e colocando o Pará na lista de iniciativas pioneiras em nível nacional, mas que o estado não quer ser uma liderança distante e sim um exemplo próximo.
“Estamos abertos ao diálogo e vamos buscar outros estados para firmar parcerias. O produtor paraense, assim como o brasileiro, merece a valorização dessas iniciativas, assim como ter certeza de que o governo do seu estado está ali prestando apoio e pensando em políticas públicas para ampliar seus negócios”, reforça.
‘Dever de casa’ na COP30
Pouco antes da abertura da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), o governador conversou com a imprensa e reforçou a importância da pauta climática, assim como de acelerar a transição energética.
“As metas nacionais já estão sendo anunciadas por diversos países, mas precisamos também que os estados se comprometam da mesma forma em um agir mais sustentável. Nós, enquanto Amazônia, precisamos deixar um legado que envolva a floresta e garantir que o povo possa ser visto e incluído nas soluções sustentáveis, para que nós consigamos construir o equilíbrio da agenda de preservação com o desenvolvimento sustentável”, disse.
O governador destacou ainda que a presença dos governos estaduais neste momento é fundamental não apenas para buscar alinhamento com a agenda brasileira, mas também criar suas próprias soluções.
“O alinhamento nacional é extremamente importante, mas os representantes dos estados têm como missão e responsabilidade conhecer suas necessidades e criar boas iniciativas. O Governo Federal possui um papel importante na transição climática, mas os estados também devem pensar na sua realidade e criar iniciativas. Quem conhece melhor nossa realidade do que nós?”, questiona.


