Os produtos sustentáveis da Amazônia agora estão mais perto do consumidor – na verdade, ao alcance dos dedos. Uma iniciativa em Belém idealizou a primeira ‘Vending Machine da Bioeconomia’, uma máquina de venda automática que vende alimentos, cosméticos, biojoias e outros itens produzidos na região, como açaí, jambu, cumaru e puxuri.
A ideia de unir as máquinas aos produtos feitos cuidadosamente pela mão de obra regional é ampliar o acesso, já que o Pará possui 144 municípios e produtores de diversos segmentos. A iniciativa foi idealizada pela Assobio (Associação dos Negócios de Sociobioeconomia da Amazônia), que reúne 128 empresas regionais e gera renda para mais de 70 mil pessoas.
“Com a COP30 no horizonte, o mundo está de olho na Amazônia. Essa máquina aproxima o público dos produtos da floresta e fortalece o consumo consciente”, celebra Paulo Reis, presidente da Assobio.
A instalação da primeira máquina aconteceu no restaurante Amazônia na Cuia, no Porto Futuro, que virou vitrine da produção sustentável local e redesenhou o turismo gastronômico de Belém ao servir a maior parte de suas refeições na cuia – um dos objetos centrais da tradição indígena amazônica.
“É uma forma prática e atraente de mostrar a bioeconomia amazônica a quem visita o restaurante. Tudo vem da floresta e dos nossos produtores”, afirma Rafael Barros, CEO do Amazônia na Cuia.
Paulo cita que ainda virão mais novidades até a COP30, já que outras cinco máquinas serão instaladas em pontos estratégicos da cidade, para reforçar o objetivo de aproximar os visitantes da produção local.
“Boa parte dos visitantes da COP não tem como conhecer todas as iniciativas sustentáveis que desenvolvemos, assim como nem todos os produtores conseguem vir até os espaços da COP. Estamos derrubando muros e viabilizando esse caminho. Se pelo menos um desses visitantes comprar um produto e entrar em contato com o produtor ou com a gente, já vale demais. Esse toque da pessoa na máquina de venda pode gerar visibilidade ou futuros clientes – formas de valorizar o trabalho desenvolvido na Amazônia”, diz Paulo.
Bioeconomia em movimento
Além das máquinas, a Assobio vai lançar a “Vitrine Assobio”, um espaço itinerante para apresentar e vender produtos de associados, como gin de jambu, molhos de tucupi, granolas de tapioca, cosméticos naturais e biojoias. A proposta é levar a bioeconomia aos eventos paralelos à COP30 e proporcionar experiências sensoriais únicas ao público.
Outro destaque é o projeto “Rota da Bioeconomia”, com 11 roteiros que mostram de perto como empreendedores amazônicos transformam insumos da floresta em produtos de alto valor agregado. Dez desses roteiros acontecem na Grande Belém, um deles na sede da Assobio, no Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia.
As ações contam com apoio do Governo do Pará, via Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), e recursos do programa Floresta em Pé, em parceria com os governos do Brasil e da Alemanha, o Banco KfW e a Fundação Amazônia Sustentável (FAS).