A Amazônia registrou a menor taxa de desmatamento em agosto nos últimos oito anos. Apesar da redução, a destruição ainda foi equivalente à perda de mais de 1,2 mil campos de futebol de floresta por dia.
No total, o desmatamento atingiu 388 km² em agosto de 2025, o que representa uma queda de 41% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. O resultado também marca o início do calendário de desmatamento de 2026, que se estende até julho do próximo ano.
Os dados são do Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD) do Imazon, que monitora a região por imagens de satélite desde 2008.
“Isso mostra que houve uma redução significativa em relação ao padrão recente, mas a perda cumulativa da floresta continua, o que exige ações de fiscalização recorrentes para evitar as derrubadas. Assim, o Brasil pode avançar na meta de desmatamento zero até 2030”, aponta o pesquisador do Imazon Carlos Souza Jr.
Conforme o instituto de pesquisa, no acumulado de janeiro a agosto de 2025, a Amazônia perdeu 2.014 km² de mata nativa, uma redução de 20% em comparação ao ano anterior. Os recordes para o período seguem sendo os de 2021 (7.715 km²) e de 2022 (7.943 km²).
“A queda do desmatamento deve ser celebrada, mas não podemos esquecer que a perda da floresta ainda persiste. O desafio agora é transformar essa diminuição em uma tendência permanente, e não em uma oscilação momentânea”, avalia a pesquisadora do Imazon Manoela Athaíde.
Acre (26%), Amazonas (26%) e Pará (23%) corresponderam por 75% de toda a área desmatada na Amazônia em agosto de 2025. Apesar do aparente equilíbrio na distribuição entre os três, o Acre se destacou negativamente, além de ser o que mais perdeu cobertura vegetal no mês, teve quatro municípios entre os dez mais desmatados. O Amazonas, segundo colocado, concentrou outros três. Os municípios paraenses ficaram de fora do ranking.
Degradação tem redução de 81% em agosto
A degradação florestal, provocada por queimadas e pela extração madeireira, também apresentou uma queda significativa no mês, passando de 2.870 km² em agosto de 2024 para 559 km² em agosto de 2025 . Apesar da diminuição de 81% , a área afetada ainda é a sétima maior da série histórica e equivale à degradação de 1,8 mil campos de futebol de vegetação por dia no período.
Ao analisar os dados acumulados de janeiro a agosto , houve uma redução de 54% em relação a 2024 . A degradação florestal nesse período caiu de 6.008 km² no ano passado para 2.744 km² neste ano .
O estado da Amazônia Legal com maior presença da atividade foi o Mato Grosso, que concentrou 50% de toda a área degradada. Em seguida aparecem o Pará, com 22%, e o Acre, com 14%. Juntos, esses três estados somaram 484 km² de florestas degradadas, uma área maior que a cidade de Curitiba, capital do Paraná.
Entre os 10 municípios mais impactados pela degradação, quatro estão no Pará, três no Mato Grosso, dois no Acre e um em Rondônia.
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