O secretário executivo da prefeitura de Belém para a COP30, André Godinho, respondeu às críticas sobre a infraestrutura de hospedagem para a conferência da ONU, programado para novembro na capital paraense.
“Estão falando mais sobre o problema dos hotéis do que o problema do mundo. A COP é um evento de arquitetura? De padrão de imóveis? Ou é um evento climático para falar dos problemas e impactos que estamos sofrendo?”, questionou Godinho durante um evento da Aya Earth Partners, que acontece na Semana do Clima de São Paulo.
Ele garantiu que a conferência acontecerá em Belém, apesar das reclamações. Segundo o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da conferência, alguns países pediram a mudança do local e criticou o setor hoteleiro por cobrar valores “exorbitantes”
Godinho comparou a realização da cúpula com a procissão do Círio de Nazaré, que atrai milhares de pessoas anualmente.”Dá certo há décadas, de um jeitinho ou de outro”, disse ele. O secretário argumentou que não se pode esperar uma estrutura de hotéis de luxo, pois a economia local não permite isso. Ele incentivou que o mundo colabore com a cidade em vez de apenas apontar falhas.
“É exatamente por essa questão que Belém foi escolhida, para que o mundo veja as problemáticas e dificuldades que uma cidade na Amazônia enfrenta”, afirmou. Godinho ressaltou que a cidade não é a única com problemas de saneamento e desigualdade. “Chega de dedo apontado, está na hora de estender mais a mão e ajudar os problemas de Belém e da Amazônia”, disse, destacando o papel da região como solução para o mundo.
Para Godinho, o turismo é a principal fonte de renda que Belém pode desenvolver com a COP30. Ele acredita que a conferência impulsionará o turismo cultural, religioso, de negócios e de floresta.
No mesmo evento, Corrêa do Lago defendeu que o Brasil deve se unir para realizar o evento na capital paraense e pediu que o setor hoteleiro reduza as tarifas para garantir a prosperidade a longo prazo.
“Amazônia é uma palavra que atrai, assusta, fascina. Por que não fazer lá? É uma oportunidade extraordinária de mudar a percepção sobre a floresta e sua contribuição para o clima”, disse Corrêa do Lago “A maioria dos países escolhe o lugar mais arrumado, mais turístico. O Brasil decidiu fazer diferente.”
Na avaliação do embaixador, o evento em Belém pode marcar uma inflexão histórica na forma como o mundo enxerga a região. “Foi um ato lógico do ponto de vista ambiental, e também corajoso do ponto de vista da imagem do País”,