A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) está articulando ações de incentivo para que indígenas e quilombolas voltem a plantar arroz ou iniciem comercialmente a atividade.
A finalidade do Programa interministerial Arroz da Gente, oficializado no Pará pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), é a retomada da cadeia produtiva do arroz pela agricultura familiar como um todo, com destaque aos povos originários e comunidades tradicionais, depois de um hiato histórico provocado sobretudo pela falta de acesso a tecnologias e de oportunidades de comercialização. O programa tem à frente os Ministérios do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).
“Pensamos o arroz como elemento-chave de cultura alimentar, no sentido de subsistência e segurança nutricional, porque é um produto que faz parte do dia a dia do brasileiro e compõe da cesta-básica à merenda escolar”, destaca a coordenadora técnica da Emater, a médica-veterinária Cristiane Corrêa, mestra em Agricultura Familiar e Desenvolvimento Sustentável.
De acordo com relatórios de execução e planejamento da Emater, existe potencial imediato de resgate de tradição em municípios como São Sebastião da Boa Vista, no Marajó, e em Santa Luzia do Pará, no Rio Caeté.
Parceria institucional
Um acordo de cooperação técnica (act) entre Emater e a Conab deve ser assinado, ainda este mês, para a mobilização de famílias com interesse no cultivo do arroz crioulo e agroecológico, tanto em várzea como em terra alta, com baixo impacto ambiental, para guarnecimento de demandas de mercados institucionais, a exemplo do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
A superintendente da Conab no Pará, Rosanna Vallinoto, explica algumas diretrizes: “Apoio ao fomento, à estruturação produtiva, resgate, multiplicação, intercâmbio de sementes, comercialização e todo o segmento da produção – e também a equipamentos para armazenagem e processamento. Busca-se, com isso, facilitar o acesso a tecnologias que possam ser adaptadas à realidade de cada lugar – pequenas máquinas, colheitadeiras, elaboração de silos e secadores de pequeno porte, para que o agricultor consiga produzir, beneficiar e estocar o produto”, detalha.
Ainda de acordo com a gestora, o Emater atua com papel importante para os programas governamentais.
“A Emater consegue chegar de forma direta, conceitual e presencial ao nosso público, que é o agricultor familiar, no apoio à produção, à plantação de produtos alimentícios que vão para a mesa do povo”, finaliza.